O que você vai fazer depois que o Dia da Consciência Negra passar?

O racismo é um problema coletivo, mas que precisa ser resolvido pelos brancos.

Por Ana Carolina Pinheiro Atualizado em 20 nov 2019, 11h01 - Publicado em 20 nov 2019, 10h01

Sabe quando você explica várias vezes para uma pessoa que uma atitude dela está errada, ela até reconhece, mas chega no dia seguinte e nada muda? Então, é isso que muitos negros sentem diariamente quando lidam e conversam com os brancos sobre racismo.

Hero Images/Getty Images

Assim como Dia da Mulher, o Dia da Consciência Negra é uma data que serve para lembrar da nossa história e das mudanças urgentes que precisamos. Por isso, quando chega o mês de novembro e principalmente o dia 20, data em que é celebrada a Consciência Negra, o respeito aos negros e a revolta por conta da injustiça racial são discutidos em vários lugares, o que é muito importante.

Porém, todo ano, esse “boom” consciente e pontual é seguido por um silêncio e uma falta de atitude atormentadora. Isso cansa, viu? Dá um nó na garganta ver a timeline lotada de “homenagens” à cultura negra nesse dia, mas saber que só tem você e mais meia dúzia de negros na sala de aula, sendo que pouca gente faz algo para mudar essa realidade. Isso quando não acham que é normal.

E sabe por que a mudança é mínima ou inexistente? Porque os brancos precisam entender que o racismo é uma responsabilidade deles, e não dos negros. É claro que o problema é coletivo e as pessoas negras lutam para mudar essa realidade, só que eles ainda possuem um poder na hora de equilibrar essa balança. Na hora que essa chave virar, as mudanças vão parar de andar a passos lentos.

Continua após a publicidade

“Nossa, mas tem um negro dentro da equipe” ou “uma amiga grande amiga minha é negra, não sou racista”. Essas são as frases típicas das pessoas que usam os negros para lavar as mãos e achar que já fizeram sua parte na luta contra o racismo. E, infelizmente, não é tão simples assim.

 

Já listamos aqui na coluna atitudes antirracistas que deve-se ter, mas só você sabe em quais situações da sua rotina a mudança pode acontecer de verdade. Se quer uma dica para começar, lembre-se de que ter empatia em relação aos sentimentos é importante, mas só isso não basta. A revolta ao ver casos de racismo precisa ser transformada em práticas, caso contrário, o mundo ainda vai ser um lugar difícil para quem não é branco.

Quer sugerir um tema para a coluna ou simplesmente trocar uma ideia? É só mandar um e-mail para anacarolipa16@gmail.com ou enviar um direct no meu perfil no Instagram (@anacarolipa).

Beijos,
Ana Carol

Publicidade