Na última quarta-feira, 20, a Polícia Civil de Minas Gerais deu mais detalhes sobre o caso de uma criança de 10 anos que está grávida de três meses de uma gestação proveniente de um estupro. Segundo a vítima, os casos de violência sexual começaram quando ela tinha apenas seis anos de idade. O principal suspeito pelo crime, o padrasto da garota, está foragido.
A denúncia foi feita pela mãe da menina, que notou que a menstruação da filha estava atrasada. Durante uma conversa, a criança confessou que o padrasto abusava sexualmente dela. Ao tirar satisfação com o homem, do qual a mãe também espera um filho, ele a agrediu – mas conseguiu escapar antes de a polícia chegar ao local do flagrante. “Uma menina de 10 anos com uma gestação de risco. Algo que ela não consentiu. Como delegada, eu tenho que me virar do avesso para tirar esse sujeito de circulação. Eu tenho uma menina de sete anos e fico pensando: ‘E se fosse minha filha?'”, declarou a advogada Adeliana Xavier, que está a frente do caso.
A Polícia Civil segue investigando e a vítima foi amparada por especialistas de um hospital de Governador Valadares. Para muitos médicos, o aborto natural tem chances de ocorrer, pois a gravidez é de altíssimo risco e a garota, apesar de já menstruar, ainda não tem o corpo completamente formado. É aconselhável também que a criança tenha algum tipo de apoio psicológico, já que os episódios de abuso sexual e a gestação podem deixar traumas irreversíveis.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, três crianças ou adolescentes são abusados sexualmente no Brasil a cada hora e apenas 10% dos casos chegam às autoridades. Familiares da vítima representam o principal perfil dos criminosos, sendo eles, pais, padrastos, tios e/ou avôs.