Para Bella Ramsey, diagnóstico tardio de autismo foi “libertador e útil”
Interprete de Ellie em “The Last of Us” falou abertamente sobre como descobriu o autismo e como sua vida mudou por isso

m muitos casos, os sinais de autismo podem passar desapercebidos por muito tempo ou serem confundidos com outras condições. Por conta disso, muitas pessoas só têm conhecimento que fazem parte do espectro na vida adulta – e só partir daí que entendem comportamentos e limitações que enfrentaram a vida toda. Bella Ramsey, conhecida por interpretar Ellie em The Last of Us, passou por isso e declarou que o diagnóstico foi “libertador” e tem até sido “muito útil”.
Em entrevista à Vogue britânica, publicada na última semana, Ramsey contou que foi diagnosticada com autismo quando estava filmando a primeira temporada de The Last of Us. Após um membro da equipe que tem uma filha autista presumir que Ramsey também era autista, a jovem de 21 anos procurou uma avaliação psiquiátrica e confirmou algo que ela “sempre se perguntou” sobre si mesma.
“Isso me permite andar pelo mundo com mais graça em relação a mim mesmo sobre não ser capaz de fazer as tarefas fáceis do dia a dia que todo mundo parece ser capaz de fazer”, declarou sobre a descoberta. E ainda afirmou que justamente por se sentir tão livre que decidiu falar abertamente sobre o diagnóstico: “Minha experiência de andar pelo mundo é como uma pessoa autista. Não há razão para as pessoas não saberem”.
Mais do que uma chave para o autoconhecimento, segundo Ramsey, os problemas sensoriais, de socialização, e a “hiperconsciência dolorosa das microexpressões e linguagem corporal de outras pessoas”, característicos do autismo, lhe foram úteis para a melhorar sua performance em cena. “Eu sempre observei e aprendi com as pessoas. Ter que aprender mais manualmente como socializar e interagir com as pessoas ao meu redor me ajudou na atuação”, disse à Vogue.
Em outra entrevista ao site Entertainment Tonight, Ramsey reafirmou que se sente muito bem sobre o diagnóstico. “É apenas diversão e eu estava dizendo que agora eu posso… É uma maneira que as pessoas vão me ver, tipo, ‘por que Bella está sendo um pouco estranha? E agora elas entendem o porquê. Tipo, agora vocês sabem”, declarou com bom humor.
Vale esclarecer que o transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por dificuldades de interação e comunicação. Ele existe em diferentes graus de funcionalidade e cada indivíduo lida de uma maneira.
Apesar das leis direcionadas às pessoas dentro do espectro autista, ainda há muitos desafios quando falamos de inclusão. Neste outro texto aqui, falamos mais por que toda nossa galera precisa conhecer e lutar pelos direitos dos autistas.