Sexo é uma prioridade para você? Muito tem se falado sobre como a nossa galera não faz tanta questão de transar, comparado a jovens de outras gerações. Podemos pegar o exemplo recente da Beatriz do BBB24. A participante de 23 anos contou no começo do programa que é virgem. O fato chamou atenção da galera e gerou até memes sobre o assunto, mas nas redes sociais muitos relatos compartilharam da mesma escolha de não ter pressa de transar tão cedo.
Existem motivos pessoais e religiosos que podem explicar esse comportamento, mas para Michelle Sampaio, psicóloga especialista em sexualidade humana, trata-se de um movimento da geração Z em relação ao sexo – e não apenas um caso isolado. “Esse ‘apagão sexual’ dos jovens soa quase contraditório, quando pensamos que essa é a geração que tem mais permissibilidade, liberdade e acesso ao sexo do que as anteriores”, observa a especialista em entrevista à CAPRICHO.
De acordo com uma pesquisado Instituto Karolinska, na Suécia, em parceria com a Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, 31% dos homens e 19% das mulheres entre 18 a 24 anos não tiveram relações nos 12 meses anteriores. Ou seja, um em cada três não praticaram sexo em um período de um ano.
Quando esse estudo foi feito em 2002 os números sobre abstinência sexual eram bem menores entre os jovens. A porcentagem dos garotos que estavam sem transar naquela época era 18,9%, já entre as garotas era 15,1%.
Michelle diz que alguns fatores podem explicar esses números. Um deles é que essa geração tem mais fontes de prazer. “Muitos jovens têm a agenda cheia, com viagens, estudos, diversão com os amigos e essas coisas divertidas também dão vazão para o libido”, explica. A psicóloga ressalta também que as meninas, que antes eram praticamente proibidas de pensar em prazer, agora estão se sentindo mais livre para explorar seus corpos e se masturbarem. Tudo isso, inclusive, minimiza o peso que os mais novos, principalmente garotas, tinham em relação a perder a virgindade. “Eu percebo esses jovens mais apropriados da escolha desse momento de ter a primeira vez”, diz.
Michelle ressalta também que antes o sexo tinha como único intuito a procriação, limitando-se a um sexo penetrativo dentro de uma relação heterossexual. Agora, com uma maior aceitação de outras orientações sexuais, as novas gerações valorizam outras formas de relação sexual também. “E, às vezes, há a manifestação da sexualidade não necessariamente numa relação sexual, mas focada no beijo, abraço, em toques, mas sem necessariamente ela terminar no que a gente chamaria do ato sexual em si”, acrescenta.
Por outro lado, a pornografia ainda faz sucesso
Um estudo intitulado “Teens and Screens” (“Adolescentes e Telas”), publicado pelo Center for Scholars and Storytellers (Centro de Estudiosos e Contadores de Histórias) da Universidade da Califórnia em Los Angeles, revelou que a geração Z quer menos cenas de sexo em filmes e séries. Ao mesmo tempo, é essa galera que tem nas palmas da mão o celular com acesso a conteúdos eróticos, analisa Michelle.
“Muitos jovens estão em aplicativos de relacionamento, fazendo ‘sexting’, na escolha de uma virtualidade sexual, mas não indo de fato para uma relação sexual”, explica. Neste apps, inclusive, os garotos e garotas podem conversar com mais de dez pessoas, por exemplo, e nunca marcarem de sair. Muitos ficam presos na dúvida: e se aparece alguém mais interessante?. “Às vezes, no mundo de muitas ofertas, eles têm dificuldade de escolher realmente que horas eles vão dar esse passo e com quem”, completa Michelle.
E aí, o que você acha sobre essa discussão? Lembrando que você pode se identificar ou não com o comportamento da sua geração, não existe uma regra. Mas é importante que sempre respeite o seu momento e suas vontades, tá? Visite seus desejos, explore seu corpo e se achar que é o momento de transar, proteja-se com o uso de preservativo!