7 provas de que a Princesa Diana era muito moderna pra monarquia britânica

E evoluída! Diana foi a primeira mãe presente da Família real inglesa, moletom tornou-se sua marca registrada e ela não jurou obediência ao marido

Por Isabella Otto Atualizado em 26 nov 2022, 10h53 - Publicado em 26 nov 2022, 10h01
Diana com Charles na Escócia, em 1981, pouco tempo antes do casamento real
Diana com Charles na Escócia, em 1981, pouco tempo antes do casamento real Anwar Hussein/Getty Images

Na 5ª temporada de The Crown, estamos podendo acompanhar um pouco da trajetória da Princesa Daiana durante seu conturbado casamento com Charles, o atual rei da Inglaterra. É claro que, como toda obra baseada em fatos, ela é, acima de tudo, uma ficção que bebe de relatos reais para construir uma narrativa.

Mas por que será que a Lady Di brigava tanto com a Família real britânica? Se você acha que o problema era apenas a infidelidade e a incompatibilidade amorosa do Rei Charles III, que atualmente é casado com Camilla, a Rainha Consorte, está muito enganado. Na verdade, a resposta é bem mais simples: Diana, Princesa de Gales, era muitíssimo avançada para a monarquia e suas regras ultrapassadas – tendo ela quebrado várias delas

1. Não à obediência ao marido

Segundo a tradição real inglesa, toda mulher que se casa com um homem que pertence à realeza precisa jurar obediência a ele, lendo votos que são escritos pela própria Família real. Antes do casamento, Diana disse que não se submeteria a tal coisa, rejeitando a promessa de obedeceria ao marido a qualquer custo. Ela foi a primeira mulher a discordar dessa tradição baseada em preceitos patriarcais, casando-se, em julho de 1981, sem fazer tais votos. A mesma atitude foi adotada posteriormente por Kate Middleton e Meghan Markle.

Diana visitando pacientes com Aids no Hospital Universidade no Rio de Janeiro, em abril de 1991
Diana visitando pacientes com Aids no Hospital Universidade no Rio de Janeiro, em abril de 1991 Tim Graham Photo Library/Getty Images

2. Dando voz às questões do povo

O Mapa Astral de Diana Spencer dizia mesmo que ela havia nascido para revolcuionar antigos padrões – que, no caso, eram aqueles ligados à monarquia. Com Lua em Aquário fazendo oposição a Urano em Leão, a rebeldia era em prol de um bem coletivo.

Não coincidentemente, Lady Di foi uma figura importante no combate ao estigma que a doença Aids e os pacientes com HIV carregam, tendo sido a primeira pessoa da realeza, nos anos 80, a apertar a mão de uma pessoa soropositivo, fazar visitas a hospitais e lutar em prol da causa.

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A Princesa Diana, popularmente conhecida como a Princesa do Povo, também usou sua voz em prol de outras movimentações sociais, como o combate ao racismo e à devastação ambiental.

3. A crença na astrologia e em outros misticismos

Você pode estar se perguntando: “Mas Diana acreditava nessas coisas de astrologia?!”. Sim, a inglesa era bastante mística e também adepta a tratamentos e terapia alternativas, como a acupuntura, que ela fazia para aliviar o estresse. Na época, os integrantes da monarquia não eram adeptos a tais métodos.

Aqui, vale um adento: o monarca do Reino Unido é também chefe supremo da Igreja Anglicana. Agora, as coisas são um pouco mais flexíveis, mas, na época de Diana, muitas questão eram explicadas e tratadas usando a religião – que, de alguma maneira, ia na contramão do misticismo e de muitos tratamentos.

Princesa Diana se divertindo com Harry e William na Disney
Princesa Diana se divertindo com Harry e William na Disney Julian Parker/UK Press via/Getty Images

4. A primeira grande mãe da monarquia

A autora Victoria Arbier, que estuda a Família Real inglesa, conta que a Lady Di foi a primeira mãe da monarquia britânia a cuidar de verdade de seus filhos, sem delegar a função materna para outras pessoas, como babás e empregadas. “Claro, é difícil saber com certeza, mas a Rainha Victoria achava os bebês feios, considerava amamentar um ato nojento e detestou todas as etapas de suas nove gestações“, conta.

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Diana não só fazia questão de sempre que possível incluir os filhos em viagens oficiais, como tentava ao máximo criá-los da maneira mais simples possível, sem as tantas pressões familiares. Por exemplo, o Harry, que não estava na linha direta de sucessão ao trono, estudou em um colégio de plebeus. A inglesa também tentava fazer passeios tidos como “comuns” para a monarquia, que nunca antes alguém tinha feito, como comer em lanchonetes e viajar para a Disney.

5. Uma pessoal real, de carne e osso

Por muito tempo, os membros da Família real inglesa eram vistos como intocáveis – e ainda são, em partes. Contudo, hoje, especialmente com as redes sociais, tornou-se mais fácil acompanhar os passos da monarquia britânica, que virou uma instituição quase que artística, como se seus integrantes fossem celebridades. Eles não deixam de ser, mas, antes de tudo, a monarquia é um regime político.

Daiana vestindo seus looks favoritos! Moletom virou sua marca registrada
Daiana vestindo seus looks favoritos! Moletom virou sua marca registrada Anwar Hussein/WireImage e Kent Gavin/Mirrorpix/Getty Images

Enfim, toda essa transformação envolvendo o marketing da família só foi possível por causa da Princesa Diana. É claro que teve o lado negativo e tóxico da perseguição e da obsessão da Mídia em saber da vida de Lady Di – que culminou em sua morte -, mas a própria Diana mantinha uma relação de cordialidade com alguns fotógrafos e jornalistas, e tentava sempre parecer o mais natural possível, mesmo em eventos oficiais – quando estes não exigiam trajes de gala.

Ao falar abertamente sobre sua luta contra a bulimia e ao vestir calça jeans e camiseta ou então com bermuda e moletom, peças que iam contra o código de vestimenta real, ela tornou a realeza mais próxima das pessoas e ganhou o apelido de Princesa do Povo por justamente ser humana – algo que, por muitas décadas, o integrantes da Família real pareciam não ser.

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6. Sentando que nem mocinha

Existe um protocolo real que diz que as mulheres que pertencem à realeza devem “ter modos” para se comportar, agir, sentar, andar, falar… Enfim, todas aquelas pressões sentidas pelas mulheres, em especial em ambientes mais tradicionalistas.

Se por um lado as princesas deveriam sentar-se com os joelhos colados e inclinados suavente para um dos lados, Diana fazia o contrário e sentava-se como estava a fim. É claro que nem sempre isso era possível, mas, quando estava em eventos oficiais mais descontraídos, ela não pensava duas vezes. Para ela, não era a maneira como ela sentava que ditava se ela era ou não uma princesa, ou se era ou não uma mulher elegante. Havia coisas mais importantes.

Lady Di sentando
Lady Di sentando que nem mocinha Anwar Hussein e Tim Graham Photo Library/Getty Images

7. Uma mulher nada submissa

Nós começamos esta matéria contando que a Princesa Diana não jurou obediência ao marido no casamento real e vamos terminá-la destacando o fato de Lady Di não ter ficado calada para aceitar uma condição que até então era aceita pelas mulheres antigamente – e não somente por aquelas que pertenciam à realeza: a traição conjugal.

Por muitas vezes, a inglesa ouviu que deveria aceitar a infidelidade de Charles, que sempre esteve emocionalmente envolvido com Camilla, em prol do Sistema – que vinha até mesmo antes da família -, mas ela simplesmente entendeu que isso, de alguma maneira, era ir contra ao que ela havia feito no casório e se tornar submissa, obedecendo a padrões patriarcais e machistas.

Mas ela era Diana Spencer, a Princesa de Gales, e definitivamente não se submeteria a isso por causa de costumes ultrapassados ou à promessa de um dia se tornar rainha. Tanto que, em 1992, ela se separou de Charles (tendo o divórcio só sido oficializado em 1996).

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