Restaurante se defende após postar vídeo de mulher apanhando: “Sátira”
A hamburgueria de São Paulo ainda disse que sempre fez uso de "humor negro" para representar o posicionamento do local.
Um bar de São Paulo, localizado no bairro de Pinheiros, chamado Underdog, publicou um vídeo no último sábado, 13, em que uma chefe de cozinha recebe vários tapas do garçom após salgar demais a comida. “Você que fez esse lanche aqui? Está salgado pra c@ss&t&. Você está louca?”, diz o homem no que, segundo a equipe do estabelecimento defende, seria um vídeo de humor.
O conteúdo viralizou e começou a receber muitas críticas. Ele foi logo retirado do ar pelo Instagram, mas muita gente já tinha salvado a gravação, criada por Santi Roig, dono do bar. “O Underdog sempre usou da sátira e do humor negro para fazer os seus vídeos e [sic] o posicionamento do restaurante”, disse o representante em postagem publicada no Instagram, intitulada como “direito de resposta”.
Santi ainda declarou que entende que o conteúdo, que classificou como “piada”, poderia mesmo causar desconforto em algumas pessoas e falou ainda em “diferentes leituras e interpretações”.
O dono do restaurante ainda culpou de certa forma o que ele chama de “exércitos de blogueiras formando exércitos para liderar uma bandeira (…) muitas dessas feministas, formadoras de opinião, que estão salvando o mundo“. O cara ainda falou que aceita críticas negativas, mas que “99% das pessoas [que reclamaram] nem viram o vídeo”.
A remoção do conteúdo da rede social se deu após denúncias, já que, após apanhar, a chef de cozinha aparece preparando novamente o lanche com o olho todo roxo, simulando as marcas da agressão. “É muito mais fácil fazer [sic] um exército com um restaurante com meia dúzia de seguidores lá e crucificar e sair bonita na história achando que salvou o Brasil, que ajudou a acabar com a violência doméstica“, posicionou-se.
Vários erros foram cometidos pela equipe do estabelecimento, a começar pelo fato de que, se você acha que alguma coisa pode ser ofensiva para alguém, não faça, não poste, não arrisque. Depois, não se coloque no papel de vítima dizendo que está sendo atacado por essa “piada” que poderia ter sido evitada, já que nem graça tem. Em terceiro, mas não menos importante, não se usa mais o termo “humor negro”. E vale a pena destacar que, em um país em que as taxas de feminicídio estão entre as mais altas do mundo, não dá para satirizar temas como violência doméstica. Não mais. É quase 2020.
Veja abaixo o vídeo que gerou toda a polêmica: