Na última quarta-feira, 15, a polícia da Malásia, país localizado no sudeste asiático, relatou o suicídio de uma garota de 16 anos que teria tirado a própria vida após postar uma enquete na ferramenta de Stories do Instagram.
As autoridades suspeitam que o resultado da pesquisa tenha motivado a adolescente, que possivelmente já tinha pensamentos suicidas, a se matar, já que 69% dos votos diziam para ela fazer isso. “Realmente importante, ajude-me a escolher: D (para dead, morte em inglês) ou L (para life, vida em inglês)?”, postou a jovem na rede social.
Ramkarpal Singh, uma renomado advogado e parlamentar da Malásia, questionou as pessoas sobre o caso: “o encorajamento daqueles internautas realmente influenciou sua decisão de tirar a própria vida?”, questionou em entrevista ao The Guardian. Syed Saddiq, um político e ativista do país, fez outra constatação: “eu estou genuinamente preocupado com o estado de saúde mental dos jovens”. Para Syed, esse é um problema nacional – mas nós vamos além: esse é um problema mundial!
Depressão e ansiedade foram consideradas o mal da adolescência, segundo estudo realizado no começo do ano pela Universidade Norte-Americana de Northwestern, nos Estados Unidos. Hoje, no Brasil, o suicídio é a quarta causa de morte de jovens entre 25 e 29 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, no mundo, o suicídio sobe para segundo lugar na lista.
Em 2017, outro caso envolvendo o Instagram ganhou os noticiários mundiais. Uma britânica de 14 anos chamada Molly Russell teria tirado a própria vida após ver imagens sobre suicídio e automutilação na rede, que serviram como gatilho para a adolescente. Desde então, a preocupação do Insta em preservar e contribuir para a melhorar a saúde mental dos jovens aumentou consideravelmente.
Em 2016, a plataforma liberou alguns recursos de prevenção ao suicídio que vêm sendo aprimorados com o passar do tempo. Se você busca por tags suspeitas, um aviso de “podemos ajudar?” aparece na tela. O mesmo acontece quando um seguidor denuncia uma publicação suspeita. Conversar com um amigo e contatar ajuda especializada são as duas opções que aparecem na tela. No Brasil, o Centro de Valorização da Vida, conhecido popularmente como CVV, realiza um trabalho de apoio emocional e prevenção do suicídio 24h. Basta entrar em contato por telefone, discando 188, e-mail ou chat no site da organização.
O caso da jovem moradora da Malásia segue sendo investigado, mas não dá para estabelecer uma porcentagem concreta e oficial do quanto o resultado da enquete estimulou ou não o comportamento da adolescente. Contudo, vale ressaltar que nós todos somos responsáveis por nossos atos, na vida real ou na “vida imaginária” das redes sociais. Não estimule pensamentos suicidas, menos ainda por “brincadeirinha”. Você nunca sabe realmente o que está se passando do outro lado da tela.