Você pode ainda não ter ouvido falar sobre ela, mas vai ficar com o nome marcadinho na sua mente depois desta matéria e de saber que, em 2013, aos 23 anos, Shahla Yasini se tornou a primeira iraniana a surfar no país, quando uma irlandesa visitou a cidade em que mora e a ensinou alguns truques.
A garota mora numa cidade chamada Ramin, próxima à Chabahar, localizada na província de Sistan e Baluchistão, no Irã. É um vilarejo muito pequeno e, consequentemente, com costumes bastante tradicionais e preservados. “As mulheres do Baluchistão ainda são mantidas em segredo, longe das praias na maior parte do tempo, casadas com o lar e sem grandes perspectivas de desejar um futuro diferente“, disse a jovem em entrevista à repórter Giulia Frigieri, da Huck Magazine, em 2018.
Apesar de garantir que a realidade está menos assustadora para mulheres no Irã em geral, Shahla Yasini não pode, por exemplo, surfar sem hijab. Ela diz que o lenço na cabeça a incomoda em muitos momentos quando está no mar e que as roupas longas e pretas, que cobrem todo o corpo, também não são das mais confortáveis. Contudo, hoje, ela tem o direito de ser uma surfista assim como muitas mulheres iranianas têm o direito de praticar esportes e concorrer em competições internacionais, como conta em entrevista à rede BBC.
Depois de muito treino e de se arriscar sozinha na água por diversas vezes, Yasini hoje é um exemplo de surfista e uma inspiração para milhares de mulheres (iranianas, em especial). Ela participa de eventos empoderadores e também ensina garotas da comunidade a surfar. Confira abaixo algumas imagens do dia a dia da surfista:
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