Na última segunda-feira (22/6), a Fundação Lemann anunciou que os testes da vacina contra a COVID-19, produzida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca, começaram em São Paulo.
O Brasil é o primeiro país a testar a droga, nomeada ChAdOx1 nCoV-19, e um dos motivos foi o fato de estarmos vivendo uma escalada da pandemia. “O melhor local para provar que a vacina funciona é onde a epidemia está ativa, com alta circulação do vírus”, explicou Rosana Richtmann, infectologista, para a Veja Saúde.
De acordo com o G1, a assessoria da Fundação Lemann, responsável por coordenar mais de mil testes, disse que, nas últimas sexta e segunda-feira, foi realizada a fase de triagem dos testes sorológicos nos voluntários. As aplicações da vacina acontecem na terça e quarta-feira.
“No último final de semana, a Fundação Lemann teve a oportunidade de celebrar com os parceiros envolvidos e especialistas responsáveis o início dos testes em São Paulo para a vacina ChAdOx1 nCoV-19, liderada globalmente pela Universidade de Oxford”, disse a Fundação Lemann, que financia os testes na capital paulistana, em nota divulgada.
Ao todo, a vacina deve ser testada em 50 mil pessoas ao redor do mundo (no Brasil, 2 mil voluntários serão testados em São Paulo e mil no Rio de Janeiro). Segundo a Unifesp, que realiza os testes na capital paulista, os voluntários que participarão são profissionais da saúde com idade entre 18 e 55 anos, além de outros funcionários do Hospital São Paulo.
“Há um caminho importante a ser percorrido agora pelos especialistas antes de podermos celebrar bons resultados. O que virá depois ainda não sabemos. Enquanto isso, o foco da Fundação Lemann está em acompanhar a iniciativa”, afirmou a Fundação.
Como funciona a vacina?
A vacina de Oxford, que está na terceira fase de testes, é uma das que apresenta melhores resultados entre as 141 que estão sendo testadas ao redor do mundo! É produzida a partir de um adenovírus modificado ao qual foi adicionado o material genético de uma proteína que a Sars-Cov-2 possui em sua superfície para invadir as células humanas, chamado de spike ou espícula.
A partir dessa droga, o corpo replicaria esse material e passaria a criar anticorpos para se proteger dele, assim se protegendo do coronavírus. Esse material genético sozinho não chega a causar a COVID-19, por isso a vacina é considerada segura. Os resultados devem ser anunciados em setembro e, caso tudo ocorra como o planejado, a vacina para o coronavírus pode estar pronta ainda em outubro. Entretanto, apesar dos testes, até o momento não existe nenhum acordo que garanta preferência para o país na compra da mesma.
No próximo mês, o Brasil também começa a testar a vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac. Os testes são resultado de uma parceria com o Instituto Butantan, vinculado ao governo do Estado de São Paulo e, caso os resultados sejam positivos, há a possibilidade de produção por aqui.
Tomara que essas vacinas saiam logo, né? Estamos esperando ansiosas!