Nas últimas semanas, o nome de Gypsy Rose Blanchard não saiu das redes e você provavelmente também já ouviu falar sobre ela. No fim do ano passado, a jovem recebeu liberdade condicional por bom comportamento após seis anos de prisão e, desde então, tem chamado muita atenção pela nova carreira de influenciadora e criadora de conteúdo – que, por sinal, já acumula mais de 8 milhões de seguidores no Instagram!
A história de vida de Gypsy é o que mais ganha a atenção dos seguidores, que anseiam por mais detalhes ou curiosidade do que ela viveu com a mãe e até do tempo na prisão – que, segundo ela, era muito melhor do que morar com a mãe, Dee Dee Blanchard.
Gypsy e Dee Dee surgiram nos holofotes da imprensa mundial há quase 10 anos, quando a mãe foi encontrada morta dentro de casa e Gypsy surgiu como a principal suspeita. O drama foi tão repercutido que, em 2019, a plataforma de streaming Hulu produziu a série The Act, inspirada na história de Gypsy e de Dee Dee, com Joey King interpretando a protagonista.
Até para os maiores amantes de true crime, os detalhes de uma história tão complexa podem começar a sumir. Mas não se preocupe! A CAPRICHO reuniu toda a história das duas para você não se perder e, caso ainda não as conheça, entenda bem o que aconteceu.
Mas o que exatamente aconteceu entre Gypsy e Dee Dee?
Gypsy Rose e Dee Dee viviam no estado do Missouri, nos Estados Unidos e, segundo confirmação de vizinhos, parentes e até mesmo de médicos, a mãe sempre foi muito grudada na menina porque, segundo ela, Gypsy sofria, desde a infância, de problemas graves de saúde, como anomalias cromossômicas, distrofia muscular, problemas de visão, asma severa, epilepsia, alergia à açúcar e apneia do sono – distúrbios estes que poderiam colocar a vida de Gypsy em risco e, por isso, precisavam de uma atenção maior.
A infância de Gypsy foi anormal – ela vivia em uma cadeira de rodas, respirava com a ajuda de um cilindro de oxigênio e possuía uma saúde muito frágil – o que chamou a atenção de ONGs nos EUA e até do Governo norte-americano. Ao longo dos anos, elas receberam doações e ajudas financeiras para custear o tratamento de Gypsy ou para proporcioná-la uma vida mais confortável dadas suas condições, e pasmem: até viagem para a Disney, de graça, elas ganharam.
O cuidado de Dee Dee não só protegia excessivamente a saúde de Gypsy, mas também a transformava em uma criança. Mesmo na adolescência, a mãe não permitia que ela tivesse redes sociais, conversasse com meninos ou deixasse de lado roupas infantis. O ponto de virada nesta história começou quando Gypsy, aos 18 anos, descobriu que sua saúde, na verdade, estava intacta, e que a mãe havia adulterado durante todos esses anos seus exames médicos.
A vingança de Gypsy
Movida pela raiva e pelo desejo de vingança contra a mãe que a privou de viver uma vida normal por quase duas décadas, Gypsy planejou o assassinato de Dee Dee com seu então namorado virtual da época, Nicholas Godejohn. Mesmo proibida de ter redes sociais, ela conseguia acessar uma conta falsa do Facebook criada por ela com o nome de “Emma Rose” enquanto a mãe dormia e, por lá, conheceu Nicholas, se apaixonou, desabafou sobre sua história e planejou o fim da mãe.
O crime só foi descoberto porque em junho de 2015, a conta do Facebook de Dee Dee publicou misteriosamente “aquela vadia está morta”, levantando suspeita dos amigos, que entraram em contato com a polícia. Nos dias seguintes, as autoridades encontraram o corpo esfaqueado de Dee Dee dentro da própria casa, sem sinal algum de Gypsy, apenas de sua cadeira de rodas deixada para trás. Até aquele momento, amigos e conhecidos da família acreditavam que a menina era muito vulnerável e debilitada, ou seja, a primeira preocupação foi de que ela havia sido sequestrada.
Entretanto, após algumas investigações e a descoberta de que Gypsy tinha um namorado online, os policiais conseguiram rastrear o endereço de Nicholas e encontraram a jovem na casa dele, sem a cadeira de rodas e o tanque de oxigênio, saudável e bem. O casal confessou ter planejado o assassinato de Dee Dee por mensagens e, embora a arma do crime tenha sido comprada por Gypsy, foi Nicholas quem golpeu a mulher com 17 facadas.
Após a descoberta do crime e de toda a artimanha de Dee Dee para manipular a filha, restou uma dúvida: cadê o pai nessa história?
Procurado pelas autoridades, ele afirmo que a filha havia nascido bem e saudável mas que, com poucos meses de vida, Dee Dee havia se convencido de que Gypsy sofria de apneia do sono, começando por aí um caminho de mentiras e de novas doenças. A teoria mais aceita por especialista é a de que Dee Dee sofria de Síndrome de Münchhausen por procuração, quando um dos pais de uma criança inventa doenças e sintomas no filho para atrair mais atenção para si, o que foi funcionou para Dee Dee por anos, uma vez que ela tinha conseguido a atenção de praticamente todo o EUA.
A polêmica sobre a prisão de Gypsy
A sentença de Nicholas e de Gypsy na corte norte-americana foi bem diferente, causando outra onda de comentários sobre os dois – principalmente, porque vazou a informação, na época, de que Gypsy estivesse tentando jogar a culpa no já ex-namorado para fugir das sentenças mais graves. Independente do que tenha acontecido, o fato é que Nicholas foi sentenciado a prisão perpétua e Gypsy em 10 anos de prisão, tempo mínimo para o crime de homicídio na lei norte-americana. Ela foi solta no fim do ano passado, quatro anos a menos do que a sentença original, por bom comportamento.
Além da carreira de influenciadora e criadora de conteúdo, Gypsy também lançou um livro sobre sua história, intitulado Released: Conversations on the Eve of Freedom (Liberta: Conversas na Véspera da Liberdade, em tradução livre), ainda sem data de lançamento no Brasil.
Em parceria com a Prime Vídeo, Gypsy também lançou a série documental The Prison Confessions Of Gypsy Rose Blanchard (As Confissões na Prisão de Gypsy Rose Blanchard, em tradução livre).
E aí, já conhecia a história de Gypsy?
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