“Não queremos cair no sensacionalismo, mas também não queremos deixar mais leve, mais fácil de assistir”, foi assim que Brian Yorkey, produtor executivo e showrunner de 13 Reasons Why, definiu o teor da segunda temporada da série original Netflix. Yorkey deu uma entrevista exclusiva para a CAPRICHO nesta quarta-feira (21), em Nova York, e destacou que temas como a cultura do estupro nos colégios e o controle ao acesso de armas nos Estados Unidos terão destaque nos novos episódios, que não têm data para estrear.
“O que nós tentamos fazer na segunda temporada foi continuar seguindo a história desses personagens, e temos coisas bem fortes para falar, como o estupro de Jessica (Alisha Boe), Clay (Dylan Minnette) de luto e sofrendo para lidar com essa perda e Tyler (Devin Druid) sofrendo de isolamento social”, revelou Brian Yorkey à CAPRICHO. “Nós queremos contar essas histórias da maneira mais real possível. Queremos que continue intenso e que pais e filhos queiram falar uns com os outros após assistir. Porque quando você assiste algo intenso, você quer muito falar com alguém sobre aquilo.Você quer falar sobre o que está sentindo, então é isso que queremos continuar fazendo.”
Cultura do estupro
Yorkey já havia falado em entrevistas anteriores que a história de Jessica não tinha acabado quando ela contou ao pai sobre o estupro, mas os novos episódios vão ainda mais fundo no tema. “Algumas situações na segunda temporada podem até ser mais um gatilho para alguns espectadores. Vamos mostrar a cultura do estupro dentro da Liberty High School, que sempre ficou encoberta, partes disso podem ser bem intensas para jovens espectadores, ou para qualquer espectador, depende de sua experiência”, avisou.
Tiroteio em escolas
Muitos boatos diziam que a nova temporada de 13 Reasons Why havia sido adiada por causa do recente caso de morte em massa causada por um atirador, que deixou 17 alunos mortos na Marjory Stoneman Douglas, em Parkland (Flórida), no dia 14 de fevereiro, algo que foi desmentido por Brian Yorkey.
Mesmo assim, o tema será amplamente abordado na segunda temporada da série da Netflix. “Vamos ter alunos que têm armas, usando elas de uma forma não aceitável. Acho que esses dois tópicos são muito importantes de serem discutidos, principalmente com tudo que está acontecendo em nosso país”, contou o showrunner à CH.
O tema envolve, de certa forma, o drama de Tyler. “A história que temos sobre ele é a que sempre pensamos em contar, que é muito relevante, sobre um garoto que é isolado socialmente, com muita raiva e uma opção horrível para lidar com toda essa raiva. Isso é algo que com certeza iremos acompanhar durante o andamento da segunda temporada”, disse. “Se você olhar, vai ver que esses casos de tiroteios são cometidos por jovens garotos, além do fácil acesso a armas, a verdadeira causa é a forma como eles lidam com as frustrações, que desencadeia esse tipo de comportamento.”
Rendenção do Mr. Porter
O conselheiro escolar Kevin Porter (Derek Luke) também deve ter uma história diferente na segunda temporada, quase que uma redenção por ter sido negligente com Hannah (Katherine Langford), conforme revelou Brian Yorkey à CH:
“Espero que as pessoas tenham um pouco de compaixão pelo Mr. Porter na segunda temporada. Ele foi transformado em vilão na primeira temporada, muita gente falou que ele era péssimo em seu trabalho e uma pessoa ruim. Ele cometeu erros ao lidar com a Hannah, mas não foram erros intencionais, ele não é uma pessoa má. O que vamos ver nesta temporada é que ele pode ser mais proativo. Espero que ele encontre redenção, eu acredito que ele conseguirá se redimir. E o Derek Lucas está ótimo na segunda temporada.”
A CAPRICHO viajou a Nova York à convite da Netflix.
