CH Entrevista: Manu Gavassi revela detalhes de seu show no Festival GRLS!

Com um projeto especial, a cantora se apresentará no segundo dia de evento; ela também nos contou sobre seus planos para esse ano, viu?

Por Bruna Parrado Atualizado em 29 out 2024, 18h54 - Publicado em 3 mar 2023, 12h28

O Festival GRLS! acontece neste final de semana em São Paulo, e Manu Gavassi é uma das atrações confirmadas no domingo (5/3). Em entrevista à CH, a cantora compartilhou suas expectativas em trazer seu Acústico MTV em homenagem à Rita Lee para os palcos. E ela também falou um pouquinho de seus planos para esse ano, viu? Confira:

CH: Manu, você é uma das atrações do GRLS!. Esse espaço onde traz o protagonismo feminino por meio da música. Como foi para você receber o convite para se apresentar?

M: Nossa, assim. Veio na melhor hora, eu acho. E no melhor projeto que poderia ter vindo, que é o Acústico MTV: Manu Gavassi canta Fruto Proibido. Eu tenho uma banda só de mulheres. São muitas mulheres no palco. Deixa eu contar: duas guitarristas, uma baixista, duas bateristas, duas backing. São mais ou menos seis, sete, oito mulheres no palco. Foi um projeto meio intuitivo. Eu digo que foi meio movido pela emoção assim.

Eu queria de alguma maneira homenagear a Rita já há muitos anos e eu nunca sabia a melhor forma de fazer. Então, quando eu fui convidada pro Acústico MTV, na minha cabeça na hora era: ‘Não, eu tenho que usar isso pra fazer a homenagem que eu quero fazer’. Eu nem lembro como a gente teve essa ideia, só sei que ela foi muito natural de chamar só mulheres pra banda. O que é raro até hoje em dia, geralmente a banda ainda é um cenário muito masculino.

Pra mim foi uma experiência muito única trabalhar com mulheres porque… Eu falei até isso na na coletiva do Acústico. Eu nunca me senti tão parte de algo, sabe? Tão bem aceita e tão tratada com humanidade. Sempre existe talvez um distanciamento da banda pro artista, né? Principalmente quando você não conhece e não trabalha há muitos anos. Eu não senti distanciamento nenhum. Senti que elas me acolheram muito desde o início – mesmo quando eu passava por momentos que elas viam: ‘Nossa, hoje ela tá triste por algum motivo ou tá estressada por algum motivo’. Sentia um acolhimento delas no palco, então foi um show por diversos motivos muito especial pra mim.

Ser convidada pro GRLS! que é um um festival que preza justamente isso, né? A presença feminina na música e no espaço do entretenimento com essa banda, com esse projeto, homenageando Rita, foi um um presentão. Eu tô muito feliz, muito animada.

CH: Não sei se você vai ter tempo de ir no sábado também, mas tem nomes muito potentes em todo o line-up. Tem algum show que você está mais ansiosa para assistir?

M: Ai, todos! Cara, eu queria muito ir no sábado também, mas eu sou nerd. Fico em casa meditando, fazendo massagem, inalação antes de show. Essa sou eu. Não consigo sair de casa. Fico muito preocupada, principalmente num show importante desse, num festival que eu sempre quis tocar. Então, infelizmente não vou conseguir no sábado, mas a Duda tinha me convidado, a Sandy vai tocar, queria muito ver. É um festival muito especial. Eu queria muito estar presente. Estarei em pensamento. A véia não aguenta, gente!

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CH: Já vimos um pouquinho do show em um formato diferente, mas agora eu quero saber como vai ser trazer isso ao vivo. O que você pode dar de spoiler da apresentação?

M: Cara, sinceramente, eu acho a gente não quis mudar muito assim. Esse show a gente já tinha pensado. O Felipe Simas, meu parceiro e por acaso empresário… A gente já tinha pensado: ‘Pô, seria legal fazer um show disso, sabe? Seria legal trazer essa energia de diversão mesmo, que é o que a gente sentiu fazendo’. Então, a gente já sonhava com isso de alguma maneira. Acho que poucas pessoas tiveram a oportunidade de ver o Acústico, né? Era um teatro muito pequeno, ficou a vontade de levar isso pra mais gente. E de celebrar a música brasileira, de celebrar a Rita dessa maneira. Acho que vai ser uma uma energia muito parecida com a que as pessoas viram no Acústico e eu fico muito feliz.

Eu também acho que eu me soltei também muito, sabe? Pra mim, eu tirei metade do peso que eu me coloco e falei: ‘A minha única função aqui é me divertir e levar essa obra de antes. É muito legal a gente revisitar lugares que nos inspiraram, sabe? Então, eu tentei tirar totalmente o peso disso e encarar como uma emoção, uma homenagem muito do coração. E muito divertida também. Então, acho que eu tô nessa vibe.

CH: O setlist é muito baseado em homenagem à Rita. No GRLS! ou nessa turnê em geral vai continuar assim ou o público talvez tenha algumas canções suas em algum momento? Ou o foco será mesmo o Acústico?

M: O foco é o Fruto Proibido, né? É realmente o show desse projeto, mas a gente gravou duas músicas minhas. A gente gravou Gracinha e gravou Bossa Nossa, que eu acho que combinaram muito com o álbum. Eu também queria músicas que não saíssem muito dessa energia, então acho que casou muito bem com o repertório. E por que não talvez uma surpresinha ou outra ali? Um negocinho pra dar um temperinho…

CH: E a Rita em si combina muito com o conceito do GRLS! e você será de certa forma uma porta-voz dela nesse ambiente. Como é levá-la nesse espaço que vai ter muita galera jovem também?

M: A Rita é A GIRLS, né? [risos] Sempre foi. Pra mim é muito louco pensar que eu tô cantando um álbum de 1975 pra toda essa nossa geração, uma geração mais nova que eu também. Eu acho que eu não tinha me tocado muito disso, eu gravei na emoção. Pela homenagem porque eu amava muito esse álbum. Depois que eu me deparei com muitos comentários, lugares que eu vou dar entrevista ou até na internet falando: ‘Cara, eu tô ouvindo com a minha filha. Com a minha filha de dez anos e ela tá amando’. Que loucura que é isso, né? E que loucura que deve ser pra um artista também. Quase cinquenta anos depois do lançamento de um álbum, ele está vivo pra outra geração. Acho isso meio mágico. É realmente o poder da música de transcender o tempo, de tomar novas formas e de ser redescoberta.

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CH: Como você acha que reagiria ao ver a Rita na plateia enquanto você canta as músicas dela?

M: Eu não ia querer isso de jeito nenhum! [risos] Vou ficar tão nervosa, acho que isso ia estragar tudo, toda a performance. Prefiro saber a distância que ela assistiu, que ela tá feliz, que tá honrada. Eu acho que me conhecendo, peculiar que sou, acho que ia ficar tipo muito nervosa. Não ia dar.

CH: E você sabe se ela chegou a assistir o Acústico MTV?

M: Sei, ela chegou a assistir e eu fiquei muito feliz. Muita gente me perguntou nas entrevistas se existiu a benção dela no projeto, e eu do jeito que eu sou jamais faria algo sem a benção da pessoa. Jamais faria. Eu tenho pavor. Meu pior pavor é ser inconveniente, sabe? É ser entrona na vida de alguém. Então, eu fico muito feliz. Foi um processo mesmo. Fui homenageando ela de diferentes formas, nas minhas músicas, nas minhas composições. A gente teve trocas muito fofas, muito carinhosas, que me fizeram ter coragem mesmo. ‘Ah, eu acho que faz sentido fazer essa homenagem’.

CH: Depois do GRLS!, você também vai fazer uma turnê pelo Brasil com esse projeto. Sei que a Rita Lee é sua inspiração master, mas você acha que em algum outro momento da sua carreira você faria uma homenagem dessa proporção para outra artista?

M: Acho que não, sabia? Eu nunca me imaginei fazendo isso também. Por isso que eu falo, acho que foi uma coisa muito intuitiva e muito do coração ter transformado o projeto do Acústico na regravação do Fruto Proibido. Eu não sei te explicar direito, é só uma coisa que eu senti que eu queria fazer e eu fui louca o suficiente pra bancar isso. Se eu sinto, eu acho que é o momento. Mas eu nunca me imaginei. Então, eu acho que não. Acho que essas homenagens são legais quando elas são assim, sabe? Quando elas vem do nada. Efaz muito sentido e é isso que eu tenho que fazer. Então, tô de boa, tô focada na Rita. [risos]

CH: Para finalizar. Depois dessa turnê, você tem algum plano? Tem algum spoiler do que vem por aí ou férias merecidas?

M: Cara, eu tô num ano que me surpreendeu. A turnê tá crescendo e esses convites pra festivais foram muito legais. A nossa intenção sempre foi fazer uma coisinha menorzinha mesmo e e fico muito feliz que existe esse interesse e e que as pessoas gostaram do Acústico suficiente para os festivais começarem a procurar e tudo. Então, ficou um pouquinho maior do que era pra ser na verdade. Então, eu tô feliz com essa surpresa e eu tirei muito esse ano pra focar nos meus projetos como criadora, sabe? Como roteirista. São coisas que levam tempo pra fazer, pra produzir, pra vender, pra elaborar uma ideia, pra escrever.

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Então, eu tô um pouco focada em coisas que eu deixei de lado nos últimos anos. Tenho também aceitado convites maravilhosos que eu me diverti muito fazendo, mas esse ano eu tô um pouco focada na criação que é uma coisa mais introspectiva mesmo. Mais de você arregaçar as mangas, escrever e criar. Então, acho que vai nascer bastante coisa legal daí sim. Ah, e tem o lançamento de um filme também no segundo semestre que eu gravei ano passado, que chama Não Tem Volta! que vai lançar pelo Star+. Também tô muito feliz.

E aí, animados para ver Manu no festival? Nós estamos! <3

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