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Gracie Abrams fala do carinho de fãs brasileiros e músicas não lançadas

Em entrevista exclusiva à CH, a cantora comentou o amor dos fãs por faixas 'unreleased', a colaboração com Taylor Swift e suas composições mais sinceras

Por Anny Caroline Guerrera Atualizado em 29 out 2024, 15h12 - Publicado em 24 out 2024, 19h01
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racie Abrams está se conectando cada vez mais com o público através narrativas que exploram suas próprias experiências pessoais de forma sincera e identificável. Aos 25 anos, a cantora natural de Los Angeles, Califórnia, está em turnê pela América do Norte e, em entrevista exclusiva à CH, ela não escondeu a vontade de se apresentar no Brasil.

“Eu quero muito. Falamos disso o tempo todo”, compartilhou Abrams. A artista aproveitou para agradecer aos fãs brasileiros pelo imenso apoio que recebeu desde o início da carreira. “Significa muito pra mim e eu amo vocês. Espero que estejam se cuidando e mal posso esperar para estar no mesmo espaço que vocês porque vamos nos divertir muito“, acrescentou ela, que ainda não se apresentou na América do Sul.

Alguns anos atrás, Gracie Abrams apareceu na CAPRICHO pela primeira vez como Artista da Semana. Na época, a discografia da cantora continha apenas com alguns singles e seu primeiro EP, intitulado minor (2020). Muito mudou desde então e, agora, a artista está divulgando o The Secret of Us, seu segundo disco de estúdio que veio seguido do Good Riddance (2023) e do EP This Is What It Feels Like (2021).

O projeto pode ser novo, mas alegrou os fãs ao resgatar algumas canções que já eram conhecidas, como é o caso de Close To You, que foi mostrada pela primeira vez há 7 anos, quando a artista costumava publicar trechos de músicas que escrevia nas redes sociais. Muitas das faixas não foram lançadas oficialmente, mas não perderam popularidade entre seus ouvintes.

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“É muito divertido”, brincou Gracie sobre as reações quando suas famosas canções ‘unreleased’ entram em pauta. In Between, uma das favoritas dos fãs, foi apresentada em um dos shows da cantora e teve uma imensa resposta que não passou despercebida. “É meio que culpa minha, porque coloco trechos de músicas no mundo sem saber se vou lançar alguma delas de verdade“, explicou.

Apesar de ver o lado engraçado da situação, Abrams também se preocupa com as expectativas de quem a escuta. “É muito generoso quando as pessoas se importem com qualquer coisa que eu faço, então eu agradeço muito. Mas eu também sempre fico preocupada em desapontar as pessoas porque eu nunca sei o que vou fazer com a música até que eu saiba. [risos] A maioria das músicas que não foram lançadas estão no meu diário, no meu telefone, e quem sabe o que vai acontecer com elas“, ponderou ela entre risos.

Eu sei como é se sentir assim, sendo fã de muitos artistas que dão pistas de coisas que você pode se apegar muito.

– Gracie Abrams sobre músicas unreleased

Gracie ainda compartilhou a importância de dividir diferentes emoções fãs e um dos motivos para essa conexão está justamente em sua habilidade de traduzir situações tão identificáveis nas composições. Ao abordar a dualidade de um momento ou um sentimento específico, ela cria espaço para que outras pessoas se vejam refletidas naquela situação: “Só o fato de convidar pessoas para essa conversa fez eu me sentir menos sozinha“, afirmou.

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“Eu me sinto muito sortuda sempre que escuto que alguém se conectou com uma música minha. É um verdadeiro privilégio porque eu me apoio na música. Durante toda a minha vida, sempre foi um lugar que busco para me sentir mais compreendida, sabe?”, acrescentou.

Se minha música pode ter esse impacto em outras pessoas, isso é um verdadeiro privilégio e um sonho

Gracie Abrams sobre compartilhar experiências com o público

Outra artista que se destaca por essa característica é Taylor Swift, que convidou Gracie para participar da The Eras Tour como ato de abertura e também assinou a colaboração de us., faixa que dá nome ao disco. ” [Vê-la] reescrever uma experiência ou um conceito de uma forma tão linda poeticamente tão rápido. É como respirar para ela. É mágico ver isso acontecer na sua frente.”, observou Abrams ao relembrar como foi trabalhar com a cantora.

Confira nossa entrevista completa com Gracie Abrams

CAPRICHO: Muitas das músicas trazem essa sensação de um segredo compartilhado. Acredito que isso vem do fato de você escrever em seus diários, para si mesma, desde nova, imaginando que ninguém entenderia. No seu caso, as pessoas estão se conectando com suas palavras e com seus sentimentos. Como foi perceber que as pessoas estavam pensando e sentindo as mesmas coisas que você traduzia nas músicas?

Gracie Abrams: É sempre um alívio muito grande. É quase como se algo muito vergonhoso acontecesse com você e você se sente muito sozinho e envergonhado se você guardar para si. Mas, se você compartilhar isso, outras pessoas vão ter passado por coisas parecidas. Só o fato de convidar pessoas para essa conversa faz eu me sentir menos sozinha. Eu me sinto muito sortuda sempre que escuto que alguém se conectou com uma música minha. É um verdadeiro privilégio porque eu me apoiei na música durante toda a minha vida. Sempre foi um lugar que busco para me sentir mais compreendida, sabe? Então, se minha música pode ter esse impacto em outras pessoas, isso é um verdadeiro privilégio e um sonho.

Indo além de ‘I Love You, I’m Sorry’, você tem muitas outras músicas que abordam paralelos em outras canções antigas da sua discografia. Como é olhar para trás e desenvolver seus próprios sentimentos com uma nova perspectiva?

Minha música é sempre um reflexo de onde estou na minha vida porque 9 de 10 vezes, o conceito da música vem de uma experiência pessoal de alguma forma. Eu espero continuar amadurecendo minha perspectiva de músicas que escrevi antes.

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É engraçado porque, hoje, eu não estou no mesmo lugar que estava quando escrevi o Good Riddance ou o minor, por exemplo. Então, meus sentimentos pelas canções que escrevi e lancei seguem evoluindo constantemente. Eu amo isso. Gosto quando minha opinião muda sobre coisas que eu fiz, acho que isso é empolgante, até mesmo se for algo engraçado.

Você também já comentou que escreve tanto que é muito fácil para você dissociar de uma música. Ter pessoas tão próximas como a Audrey [Hobert] e o Aaron [Dessner] no TSOU te ajudou a selecionar melhor as faixas que você queria explorar mais a fundo?

Com certeza, absolutamente. E eu acho que o marco de uma colaboração empolgante acontece quando uma pessoa presente no ambiente consegue perceber algo mágico em uma música em específico. Então, algumas vezes, acontece um processo de tentar convencer outras pessoas na sala a sentirem o mesmo. Isso pode se tornar uma dinâmica muito empolgante no grupo e conseguimos construir um mundo muito legal para a música. Eles me conhecem tão bem. Foi um alívio tê-los envolvidos nesse processo porque confio muito nos dois.

Falando de algumas músicas do passado, temos Close To You nesse álbum mas você ainda tem outras faixas não lançadas que são muito amadas pelos fãs. Acho que você sabe que In Between é uma das favoritas, eu amo essa [risos]. Você a cantou recentemente e os fãs estavam cantando junto. Como você recebe essa reação para as faixas que não foram lançadas?

É muito fofo. E é muito divertido. É meio que culpa minha, porque coloco trechos de músicas no mundo sem saber se vou lançar alguma delas de verdade. [risos] Eu sei como é [se sentir assim], sendo fã de muitos artistas que dão pistas de coisas que você pode se apegar muito. É muito generoso quando as pessoas se importem com qualquer coisa que eu faço, então eu agradeço muito. Mas eu também sempre fico preocupada em desapontar as pessoas porque eu nunca sei o que vou fazer com a música até que eu saiba. [risos] A maioria das músicas que não foram lançadas estão no meu diário, no meu telefone, e quem sabe o que vai acontecer com elas. Mas é engraçado.

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Em us., você colaborou com Taylor Swift e foi muito interessante porque vocês duas são ótimas em traçar narrativas em composições. Qual foi a melhor parte de combinar essa sua habilidade com a dela?

Foi incrível. Foi uma honra poder vê-la trabalhando em tempo real. Ela é muito apaixonada e é muito rápida. A habilidade que ela tem de conversar com alguém, que é o que fizemos antes de escrever a música, falamos das nossas vidas… Então, [vê-la] reescrever uma experiência ou um conceito de uma forma tão linda poeticamente tão rápido. É como respirar para ela. É mágico ver isso acontecer na sua frente.

Foi muito divertido para falar a verdade. O processo de escrita dessa música foi muito parecido com ter uma conversa com ela. Para mim, é como um jogo de pingue-pongue. Vai e volta. Eu me sinto muito sortuda por ter escrito com ela naquela noite. É engraçado porque foi do nada, no meio de um encontro muito legal entre nós. Foi muito adorável e satisfatório.

Preciso te dizer para trazer a turnê para o Brasil!

Eu quero tanto! Falamos disso o tempo todo, eu juro. Quero muito.

Quer deixar um recadinho para os fãs?

Ai, meu Deus, sim! Oie! Eu sou muito grata por vocês. De verdade, todo o apoio que senti nos últimos anos, desde o início até agora, significa muito pra mim e eu amo vocês, muito. Espero que estejam se cuidando e mal posso esperar para estar no mesmo espaço que vocês porque vamos nos divertir muito.

Obrigada pelo seu tempo. Espero ver você por aqui em breve!

Obrigada! Espero te encontrar quando nós finalmente formos até aí. Estou muito empolgada.

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