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Igor Pires traz diferentes perspectivas de fins e recomeços na literatura

Conversamos com o autor sobre as nuances no processo de desenvolvimento de seu primeiro livro de ficção - que aborda diferentes percepções de fins de ciclos

Por Anny Caroline Guerrera Atualizado em 29 out 2024, 18h12 - Publicado em 22 out 2023, 20h32

Você já parou para pensar em como nossos conectamos com diferentes perspectivas e temáticas ao mergulhar em um novo livro? Para Igor Pires, autor responsável por títulos de sucesso como Textos Cruéis Demais Para Serem Lidos Rapidamente e Textos Para Tocar Cicatrizes, a oportunidade de criar percepções distintas de diversas temáticas é uma das coisas que mais gosta de desenvolver na literatura.

No livro, você pode tudo“, declarou o autor sobre as inúmeras possibilidades de construções de enredos em entrevista à CAPRICHO. Pires, que está trabalhando em novos projetos – incluindo seu primeiro livro de ficção, explicou que é uma pessoa observadora e tem se inspirado em pequenos detalhes de sua rotina para se conectar com sua criatividade.

“Estou escrevendo dois livros ao mesmo tempo e eu estou escrevendo meu livro de meu primeiro livro de ficção”, disse o autor. “São histórias de amor com começo meio e fim. O que me inspirou a escrever esse livro, já dando um mega spoiler, foi uma série que eu amo, Modern Love. Eu amo muito essa coisa de crônicas do cotidiano, sou um observador e amo escrever sobre isso”, acrescentou ele ao destacar que está em busca de expandir seus trabalhos e sua linguagem dentro da literatura.

Pires, inclusive, se surpreendeu em como passou a trabalhar cada vez suas habilidades de escrita e foi descobrindo uma nova forma de criar narrativas: “Eu não sabia que eu tinha essa capacidade de ser tão criativo escrevendo. Ser imaginativo mesmo, de inventar histórias malucas.”

E, apesar da jornada não ser tão fácil, Igor está aproveitando o desafio: “Comecei a escrever um romance e é muito difícil porque você precisa pensar na temporalidade do texto, a história não pode ter furo, você precisa conectar todos os personagens, você não pode abandonar os personagens no meio do livro. Então eu acho que é como se fosse uma equação matemática mesmo, sabe?”

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Estou amando me descobrir nesse escritor que inventa coisas que não existem porque acho que é bom você imaginar outras possibilidades.

Igor Pires, escritor

As diferentes perspectivas do fim

Os finais felizes, entretanto, não estarão tão presentes na história. “Nenhum final na história é feliz”, afirmou Pires. “Eu acho que elas não são tristes, elas são retratos do que acontece mesmo. A gente tende a achar que o fim do amor acontece quando você se separa de alguém e, às vezes, não é sobre a separação. É sobre distanciamento, sobre questões maiores“, adicionou o autor.

“Às vezes, para ganharmos alguma coisa, a gente sempre perde. Acho que o livro é sobre isso. Sempre estamos perdendo coisas para ganhar outras”, refletiu Igor sobre como falar sobre fim não precisa ter, necessariamente, uma abordagem triste. Na verdade, o assunto pode trazer um novo ponto de vista de retorno ou de um espaço em branco para ser preenchido por algo diferente.

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Para ganhar um pouco da gente mesmo, para voltar para casa, a gente está sempre perdendo.

“Uma vez, um amigo meu uma vez me disse algo que acho que vou levar para o resto da vida. Ele falou: ‘Voltar também é caminho, também é começo.’ E a gente está sempre voltando, né? Fazendo as pazes com a gente, fazendo as pazes com as decisões que gostaríamos de ter tido e não tivemos. Acho que a vida é sobre isso, é sobre esse processo”, completou Pires.

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*As vendas realizadas através dos links neste conteúdo podem render algum tipo de remuneração para a Editora Abril

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