Na estante: Dumplin’ fala sobre autoaceitação e girl power
A CAPRICHO conversou com a autora do livro sobre a adaptação da história para as telonas!
Julie Murphy é a autora de Dumplin’ – Cresça e Apareça. Faça e Aconteça!, um livro de 2015 que acabou de ser traduzido para português e enviado às livrarias do Brasil. Ele conta a história da Willowdean, a filha gordinha de uma ex-miss que se inscreve no concurso anual de miss da sua cidade e muda toda a realidade local, pois incentiva a inscrição de várias outras meninas antes discriminadas por não se encaixarem em padrões socialmente estabelecidos.
O livro fala sobre obesidade, tolerância, autoaceitação, questões ligadas a relacionamentos amorosos e amizades na adolescência, empoderamento feminino, superação de perdas, bullying e preconceitos com leveza e humor. A CAPRICHO conversou com Julie Murphy sobre tudo isso e, ainda, a adaptação cinematográfica da obra que vai contar com Jennifer Aniston no elenco! Vem ler:
CH: Dumplin finalmente está sendo lançado no Brasil. Como é ter um livro traduzido para tantas línguas e lido por pessoas de diferentes lugares do mundo?
Julie: É maravilhoso! Eu, claro, amo tecnologia e mídias sociais, mas às vezes elas nos dividem mais do que nos unem, e eu acho que as histórias são, de várias formas, um dos jeitos mais poderosos para aprendermos sobre experiências além das nossas. Então, saber que uma história que significa tanto para mim vai alcançar leitores no Brasil é incrível.
CH: Como a ideia para o livro surgiu? A Willowdean foi, de alguma forma, inspirada em você ou na sua história?
Julie: Crescendo, eu sempre fui a menina mais alta e gorda das minhas salas. Essa experiência moldou a minha vida e eu sou uma pessoa melhor e mais forte por isso. Mas eu nunca conseguia achar personagens gordos em livros, filmes ou programas de televisão, que estavam apenas vivendo suas vidas e não se matando para mudar seu corpo. Willowdean e eu não temos muitas coisas em comum. Eu nunca entrei em um concurso de beleza, mas nós dividimos a experiência de viver em um corpo grande e ela foi criada a partir do desejo de dar ao meu “eu” jovem uma personagem gorda para se identificar.
CH: O livro fala muito sobre aceitar quem você é. Você o escreveu pensando nas jovens garotas que se sentem inseguras sobre si mesmas? Qual conselho você daria a elas?
Julie: Eu o escrevi pensando em mim mesma e nas outras mulheres da minha vida que eu amo. Eu amo meus leitores, mas eu não consigo escrever com eles em mente, senão nunca conseguiria terminar nada. Entretanto, eu falaria a qualquer um que está se sentindo inseguro que eles apenas devem se arriscar, mesmo que pareça assustador. Não há um remédio mágico ou um momento de “eureka”. Amar a si mesmo não é uma tarefa fácil. Há dias bons e dias ruins, mas batalhar contra os dias difíceis e se amar é o jeito mais rápido de crescer.
CH: É muito legal ver a confiança da Willowdean no livro. Para você, qual a importância de ter uma garota tão forte como personagem principal?
Julie: Eu acho que é importante ter personagens femininas fortes na ficção, mas, mais do que tudo, eu acho que as personagens femininas têm que ser profundas, fáceis de se identificar e imperfeitas. Você pode fazer coisas incríveis na vida e ainda ser um “trabalho em progresso”.
CH: Dumplin vai virar um filme! Como é ver seus personagens ganharem vida? Você está envolvida no processo de transformá-lo em filme?
Julie: É uma experiência surreal! Eu tenho que me beliscar para lembrar que essa é a vida real. Eu tenho sorte de estar envolvida de algumas formas, como dar sugestões para o roteiro, os figurinos e os cenários.
CH: A JK Rowling e o John Green sempre falam sobre como não são eles que escolhem o elenco para os filmes dos seus livros. O mesmo aconteceu com você? Quando você criou a Willowdean e a mãe dela você as imaginou parecidas com a Danielle Macdonald e a Jennifer Aniston?
Julie: Eu também tive pouco envolvimento nessa parte. Por sorte, a Kristin Hahn (roteirista) e todo mundo da produção têm sido ótimos defensores de mim e do livro. Eu fiquei radiante quando soube que a atriz que vai interpretar a Willowdean reflete realisticamente seu corpo no livro. E a Jennifer Aniston é icônica! Eu acho que ela e a Danielle vão fazer um trabalho maravilhoso juntas. Eu não sou alguém que pensa em atores específicos enquanto estou escrevendo, mas as duas se encaixam perfeitamente.
Dumplin foi lançado pela Editora Valentina e já está sendo vendido em todas as livrarias do Brasil. A adaptação cinematográfica ainda não tem previsão de lançamento.