Will Traynor era um cara rico, feliz, amante dos esportes radicais e das viagens. Se a gente acompanhasse seu perfil no Instagram, acharíamos que ele tinha a vida perfeita. Mas tudo mudou depois que ele sofreu um acidente de trânsito e perdeu praticamente todos os movimentos do corpo do pescoço para baixo. Então, ele perde a razão de viver e cabe à sua cuidadora, Louisa Clarke, tentar fazer com que ele perceba que a vida, mesmo com limitações, pode valer a pena. Essa é a história que motiva Como Eu Era Antes de Você, livro da escritora Jojo Moyes, que vira filme na próxima quinta-feira (16/6).
A CAPRICHO conversou com o ator Sam Claflin sobre as dificuldades de interpretar um cadeirante e a responsa de dar vida a um dos personagens mais queridos do best-seller.
CAPRICHO: É verdade que o roteiro te fez chorar?
SAM CLAFLIN: Sim. (risos) Esse era um mundo com o qual eu não estava familiarizado. No começo, houve momentos em que odiei Will. Eu tentava não julgá-lo, mas me perguntava por que ele estava sendo tão mau com Louisa, sabe? Só que eu nunca estive em uma cadeira de rodas, então não sei como iria reagir nessa situação. Fiquei muito emocionado na cena da praia e no final, quando eles estão juntos na cama. Foram os momentos que realmente mexeram comigo e confesso que deixei cair algumas lágrimas aí.
CH:A química entre você e Emilia Clarke é bem visível no filme. Como foi trabalhar com ela?
SAM: Eu e Emilia nos conhecemos há alguns anos. Já fizemos alguns testes de química juntos para outros filmes, então eu sempre soube que a gente tinha uma espécie de conexão. No momento em que ela entrou na sala para este teste, eu me lembro de me preocupar com ela. A gente fez a cena da praia e eu tinha que tentar não chorar enquanto a via desmoronar na minha frente. Foi de quebrar o coração. Mas ela é incrível. Gravar as cenas do começo do filme, em que Lou entra no quarto e Will não pode rir, foi muito difícil. Estamos falando de Emília, sabe? É impossível não rir com ela.
CH: Quão desafiador foi pra você interpretar um tetraplégico?
SAM: Foi bem difícil. Eu tive que aprender a me expressar de um jeito completamente novo. Quando você está bravo, bate uma porta, por exemplo. Isso não era possível de fazer com o Will. Um dos dias mais desafiadores no set foi quando gravamos uma cena em que eu tinha que ficar muito bravo com Lou e só podia usar minha voz. Aprendi como pronunciar e modular as palavras para passar a emoção pela voz. Já que não podia me mexer, usava as palavras.
CH: Você fez alguma preparação física para o filme? Como era manter o corpo parado o dia todo?
SAM: Fisicamente, nunca fiz algo que exigisse tanto de mim. Conseguir sentar e sustentar uma única posição por horas e horas era bem difícil. Eu quis perder peso para fazer jus a Will e parecer mais fraco do que ele era no começo do filme. Houve um momento, quando estávamos gravando a cena da cama no final do filme, em que eu comecei a chorar inconsolavelmente. Naquela hora eu realmente tive um vislumbre do que é estar ali no lugar do Will, sem poder me mover, e aquilo mexeu muito comigo.
CH: O filme fala sobre viver a vida bem e intensamente. O que você mais gostaria de ticar da sua lista de coisas para fazer antes de morrer?
SAM: Ver meu bebê crescer (o filho do ator nasceu em janeiro deste ano). Eu sempre quis ser pai, então sinto que minha lista está completa agora. Mas fora isso, adoraria pular de bungee jump.
CH: Você já tem algum trabalho novo em vista?
SAM: Não sei o que vai acontecer comigo agora, mas acho que essa é uma das coisas mais animadoras do meu trabalho. Uma das coisas mais legais que já aconteceu comigo foi terminar um trabalho incrível como Jogos Vorazes e pensar: “E agora? O que eu faço?”. Eu prometi a mim mesmo que faria algo totalmente diferente e foi esse trabalho (Como Eu Era Antes de Você) que apareceu. Sei que o próximo trabalho que farei será bem diferente deste. Gosto de me desafiar.