Lagum trouxe a turnê Depois do Fim para São Paulo em um show esgotado no Espaço Unimed, que rolou na última sexta-feira (30). A banda mineira quebrou tudo no palco com uma apresentação que trouxe a nostalgia de início de carreira, com músicas como A Gente Nunca Conversou (Ei Moça) e Bem Melhor, e o momento mais maduro presente no último disco, com Habite-se e Olha Bela, por exemplo, além da participação surpresa da dupla Anavitória em universo de coisas que eu desconheço.
“É a realização de um sonho gigantesco“, diz o guitarrista Jorge Borges à CAPRICHO antes do show. “Sempre sonhamos em estar aqui nessa casa que na atualidade representa um marco para o mercado musical do Brasil inteiro. Então, estar aqui esgotado, gravando o show, é uma responsabilidade muito grande. E eu sinto que tudo culminou para esse momento. São 9 anos de carreira, Depois do Fim foi um álbum que a gente entrou de cabeça, foi um momento pós-pandêmico, um momento de expansão para chegarmos em novos lugares. É como a fala em Habite-se: a gente está no lugar certo, na hora certa, onde era pra gente estar, no momento exato. Vai ser uma noite de final de Copa do Mundo“, completou.
Zani Furtado também comenta essa ‘nova era’ que a banda vive. “Representa muitas mudanças pra gente, tanto pra fora quanto pra dentro da banda. Foi um momento em que a gente parou, a gente nunca tinha feito essa imersão para criar o álbum, a gente conviveu bastante e nos redescobrimos após tantos anos de convivência.”
Depois do Fim, lançado no início de junho, apresenta aos fãs uma Lagum diferente, mas que, ao mesmo tempo, não se esquece da sua essência e continua honrando seu passado. “A linha condutora do álbum são as mudanças. Tem músicas sobre amor de forma relacional, outras que abordam uma mudança interna, um amor consigo mesmo e outras reflexões sobre a vida”, conta o vocalista Pedro Calais. “Todos os nossos álbuns falam sobre isso, mas esse em específico tem uma história que começa a partir do fim e passa por todos os altos e baixos da própria conversa, da relação consigo mesmo e com o exterior. Sobre Mim foi composta em 2018, mas Habite-se veio no final de 2022. Então, são diversos momentos, mas que seguem o fio condutor do momento em que a casa ou seus pensamentos ou o comodismo pega fogo até o final dessa história, que, na minha opinião, é uma jornada clássica do herói, que acha que está tudo bem, se ferra e depois reergue.”
Durante a produção desse trabalho, a resposta dos fãs foi um assunto que surgiu entre os músicos, revela o baixista Chico Jardim. “Esse álbum teve um flow natural, e a gente se reencontrou, surgiu uma Lagum diferente. Então, durante e depois da gravação, até pensamos: ‘Será que eles vão receber bem?’. E teve muita gente que gostou pra caramba, que disse que conheceu uma nova Lagum que não sabia que existia. E também tem umas faixas que trazem um pouco do que sempre buscamos, músicas mais tranquilas que transportam as pessoas para essa nova geração. É muito legal os fãs terem essa percepção, porque são pessoas íntimas musicalmente da gente.”
A energia do show foi incrível e deu para perceber como a conexão entre a Lagum e os fãs é mesmo forte e íntima! <3