Para Ariana Grande apoio de saúde mental a jovens artistas é inegociável

Pressão de artistas sobre as grandes gravadoras começa a gerar mudanças como a criação do Music Industry Mental Health Fund.

Por Juliana Kataoka Atualizado em 23 fev 2025, 16h36 - Publicado em 22 fev 2025, 18h48
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ma coisa que a Ariana Grande tem é experiência ao enfrentar desafios de saúde mental desde a infância, quando já se via exposta pelo trabalho como atriz mirim.

Ela passou pela pressão de ter que entregar um próximo hit, pelo escrutínio constante do seu corpo, rosto e relacionamentos, além de enfrentar tragédias inimagináveis, como o ataque a um show em Manchester em 2017 e a morte de seu ex-namorado, Mac Miller, em 2018.

 

Em entrevista ao WTF de Marc Maron, um dos podcasts mais populares dos Estados Unidos, conhecido por suas conversas com artistas, comediantes e figuras da cultura pop, Ariana compartilhou não só sua experiência com os desafios da fama precoce, mas também a necessidade de oferecer suporte em saúde mental para artistas, principalmente para os que estão começando e ainda não têm condições de arcar com esse cuidado.

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Ela ressaltou: “As gravadoras e estúdios deveriam incluir o suporte à saúde mental nos contratos de jovens artistas. Se já sabemos como a exposição pode afetá-los, também deveríamos ser responsáveis por protegê-los. Ter acesso regular a um terapeuta não deveria ser um privilégio, mas uma cláusula inegociável”.

A conversa fez eco ao discurso de Chappell Roan ao vencer o Grammy 2025 como artista revelação. Chappell cobrou publicamente as gravadoras sobre a necessidade de melhores condições de trabalho, incluindo acesso a planos de saúde.

Quando ainda era menor de idade, Roan foi dispensada de sua gravadora, ficando sem seguro-saúde e enfrentando dificuldades financeiras que agravaram de forma muito sensível sua saúde mental.

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Ariana reafirma que, além de celebrar a arte, é preciso garantir que os artistas tenham o suporte necessário para lidar com os desafios da vida sob os holofotes. “Para ser artista, você precisa ser uma pessoa vulnerável, com o coração na mão. Escolher fazer arte significa que você, de certa forma, já é uma pessoa ferida.

A mesma pessoa que nasceu para fazer arte é exatamente aquela que não nasceu para lidar com toda essa merda”, exemplificou a cantora.

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A pressão sobre as grandes gravadoras começa a gerar mudanças concretas. A Universal Music Group (UMG) e a Music Health Alliance (MHA) anunciaram recentemente a criação do Music Industry Mental Health Fund, um fundo para apoiar profissionais da música com atendimento em saúde mental.

O projeto, que amplia uma parceria já existente há quatro anos, oferece suporte tanto para artistas quanto para técnicos, produtores e outros trabalhadores da indústria musical nos Estados Unidos.

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