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Quem ainda duvida do poder do Pearl Jam não estava no Lollapalooza

Banda de Eddie Vedder fechou a noite de sábado (24/3) do festival com show de mais de 2h20 de duração

Por Bruno Dias Atualizado em 25 mar 2018, 02h58 - Publicado em 25 mar 2018, 02h56
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Eddie Vedder comandou o Pearl Jam na noite de sábado (24/3), no Lollapalooza Brasil Camila Cara/ MRossi/Divulgação

Não é toda banda que tem a moral pra fazer um show com mais de 2h20 em um festival, e foi exatamente isso que o Pearl Jam fez na noite deste sábado (24/3), no palco principal do Lollapalooza Brasil, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

Com 27 anos de carreira, a banda formada por Eddie Vedder (vocais e guitarra), Jeff Ament (baixo), Stone Gossard (guitarra), Mike McCready (guitarra) e Matt Cameron (bateria) atraiu a grande parte dos 100 mil presentes no Lolla, o que não foi nenhuma surpresa. Era só andar pelo festival para ver um verdadeiro desfile de camisetas da banda de Seattle, das mais variadas fases e turnês pelo Brasil, unindo gerações bem diferentes de fãs.

As cinco primeiras músicas – Wash, Corduroy, Do the Evolution, Why Go e Mind Your Manners -, foram tocadas quase que uma colada na outra. Intensidade que era notada na expressão de Eddie Vedder, que só foi falar com o público (se arriscando em português, com a ajuda de uma “colinha”), antes de Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town.

“É uma benção estar aqui com essa galera incrível hoje. São tantas bandas legais… Obrigado, Perry Farrell, por ter inventado o Lollapalooza. E também… vocês estão na TV, então vamos todos acenar para as nossas famílias!”, falou Vedder. Algo quase inédito na carreira do Pearl Jam, a banda autorizou que o show do Lolla 2018 fosse transmitido ao vivo pelo Multishow, que teve problemas com isso em 2013, quando o PJ desautorizou a transmissão em tempo real, fazendo o canal pago transmitir o show do Lollapalooza daquele ano semanas após o término do festival.

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Causas sociais sempre estiveram presentes na carreira do Pearl Jam, e na apresentação deste sábado não foi diferente. Antes de Can’t Deny Me, primeira canção inédita em cinco anos, lançada no dia 13 de março, Eddie Vedder falou sobre os protestos que levaram milhões de pessoas às ruas de várias cidades americanas, para pedir mais rigor na venda de armas de fogo. “Esses jovens estão mudando o mundo para melhor. Estamos orgulhosos deles”, disse o vocalista, que também comentou sobre as situações políticas dos Estados Unidos e do Brasil: “Nossos países estão vivendo momentos parecidos. Estamos lidando com muita m**** e isso tem que parar”.

Eddie Vedder estava em noite inspirada Diego Padilha/ I Hate Flash/Divulgação

O setlist fugiu bastante do convencional e certamente agradou aos fãs mais antigos, com a execução de Breath, Lukin, Smile, Down e Hold On, esta última uma canção que ficou de fora do álbum Ten (1991), sendo lançada oficialmente na coletânea de lados B Lost Dogs, de 2003.

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Também rolou uma participação especial de Perry Farrell, criador do Lollapalooza e líder do Jane’s Addiction. Ele subiu pra cantar Mountain Song – que foi bastante prejudicada pelo vocal baixo de Farrell -, após o público cantar “parabéns pra você”, atendendo aos pedidos de Vedder: “O aniversário dele está chegando, mas como ele fez essa festa para todos nós, acho que iremos fazer uma para ele hoje”.

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Pearl Jam fechou a noite de sábado com show de mais de 2h20 Diego Padilha/I Hate Flash/Divulgação

Black fez muita gente chorar e cantar de olho fechado, Even Flow e Jeremy renderam os coros mais intensos. Alive, que apareceu no bis entre Comfortably Numb (Pink Floyd) e Baba O’Riley (The Who), foi aquele momento de lavar a alma. Com o tempo estourado, restou ao Pearl Jam fazer uma versão reduzida de Yellow Ledbetter, canção que tradicionalmente encerra os shows da banda.

“Nós temos de ir embora. Nós amamos tanto vocês. Não esqueceremos de sua gentileza. Vejo vocês de novo”, se despediu Eddie Vedder, deixando claro que a grandeza de sua banda nunca seria possível sem seus dedicados fãs.

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