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Você precisa conhecer Arlo Parks, artista que ganhou espaço com ‘soft pop’

Em entrevista à CAPRICHO, cantora falou sobre a importância de conversarmos sobre saúde mental com os jovens e também sobre seu novo álbum

Por NAIARA ALBUQUERQUE Atualizado em 29 out 2024, 18h42 - Publicado em 18 Maio 2023, 06h01
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antora, compositora e poetisa britânica, Arlo Parks desembarcou nesta semana em São Paulo para o C6 Fest, festival musical que acontece entre 19 e 22 de maio. Aos 22 anos, Parks já foi indicada duas vezes ao Grammy e venceu o Prêmio Mercury e o BRIT Awards – que são premiações super importantes no universo da música. E não para por aí, a cantora segue cheia de planos para sua carreira, incluindo o lançamento de seu segundo álbum, o ‘Soft Machine’, em 26 de maio, pelo selo Transgressive Record.

Nós, da CAPRICHO, conversamos com ela sobre a importância de pensar em ações sobre saúde mental para a nossa galera, referências em suas músicas, sobre sua vinda à América Latina – a primeira vez dela aqui – e até fizemos ela provar um brigadeiro (aguardem conteúdos especiais nas nossas redes sociais). A gente te conta tudo mais adiante.

Com ‘Colapsed in Sunbeams’, seu álbum de estreia lançado em 2021, Parks recebeu muitos elogios – além das indicações aos prêmios – de diversos críticos e artistas, como Dua Lipa e Lorde. Recentemente, ela lançou a música ‘Pegasus‘ com Phoebe Bridgers para seu novo trabalho, com quem mantém amizade.

Sinto que eu sou a prova viva que sonhos podem se tornar realidade. E o mais importante é entendermos que só existe um de nós no mundo, e você tem que confiar na sua intuição.

Arlo Parks, cantora e poetisa

Ainda em 2021, Parks começou a trabalhar lado a lado com a UNICEF (entidade criada pela ONU) para promover eventos e ações sobre saúde mental com foco em nós, jovens. ”Eu acho que algo muito importante sobre saúde mental, que é difícil para as pessoas, é que elas se sentem sozinhas. E quando damos um passo em direção a isso percebemos que há muitas pessoas que sofrem e que merecem ajuda”, disse à CAPRICHO.

O estilo musical de Parks é inconfundível. As letras possuem um tom confessional e sensível, com uma melodia de pop suave (ou soft pop, em inglês), misturada com referências de soul e R&B. Em ‘Blackdog’, ela fala sobre testemunhar uma pessoa que sofre com depressão. Na faixa ‘Eugene’, ela escreveu sobre como é estar apaixonada pela sua melhor amiga.

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A cantora se apresentará nesta sexta-feira (19) no palco do C6 Fest, em São Paulo. Além dela, o festival contará com um line up recheado de atrações internacionais e nacionais, como Samara Joy, Weyes Blood, Christine and the Queens, Xênia França e Tim Bernardes.

Confira o papo que tivemos com ela:

CH: Quais diferenças você destacaria entre a produção do seu primeiro para o segundo álbum? Como você o definiria?

Arlo Parks: O meu primeiro álbum foi feito dentro dessa bolha do tempo, já que estávamos todos vivendo durante a pandemia de covid-19 e eu fiz ele basicamente dentro de um apartamento com apenas um computador, dois microfones, uma guitarra, um baixo e um pequeno teclado. E para o segundo álbum o cenário era outro: eu tinha me mudado para Los Angeles e estava vivendo essa nova aventura onde eu queria criar essa comunidade ao redor da minha música e escolher pessoas diferentes que tinham outros gostos e sabedorias. Nós tocamos juntos, tinha toda essa energia, e eu sinto que é possível sentir e ouvir isso nas músicas, que mostram diferentes percepções.

CH: Então foi um álbum mais pessoal, criativo?

Arlo Parks: Eu sinto que mais pessoal e mais aberto. Sinto que eu coloquei muito de mim nesse álbum em termos de produção e em termos de quão profundo eu fui em relação aos meus próprios sentimentos. E estou muito animada sobre isso. E também bem orgulhosa.

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CH: O ambiente musical vem sendo reconhecido como um lugar mais aberto para abordar pautas sobre amor queer e LGBT. Você lançou Eugene e, mais recentemente, a faixa Pegasus com a Phoebe Bridgers. Como foi esse processo para você?

Arlo Parks: Eu sinto que escrever sobre a minha vida, como em ‘Eugene’, que é sobre uma experiência que eu tive, e, depois, me deparar com todos esses jovens ao redor do mundo, do Japão, Austrália e Brasil, que vieram até mim… Eu sinto que meu trabalho realmente conversou com essas pessoas que se sentiam que talvez não conseguissem ser elas mesmas. E as pessoas me falaram que se sentiram mais confiantes para se assumirem, ou até que elas também estavam apaixonadas pela melhor amiga. E principalmente que elas são suficientes, sabe? Foi algo muito especial. E tudo aconteceu de uma forma tão natural. Eu apenas estava escrevendo sobre a minha vida.

Mulher invertida com mão apoiada
Arlo Parks se uniu à UNICEF em 2021 para promover ações sobre saúde mental para jovens Clare Gillen/Reprodução

CH: Você tem músicas que falam muito sobre saúde mental, como na faixa ‘Blackdog’. Qual a importância de tocar nesses assuntos, principalmente para os jovens?

Arlo Parks: Eu acho que precisamos ter mais conversas sobre isso. Eu acho que algo muito importante sobre saúde mental, que é difícil para as pessoas, é que elas se sentem sozinhas. E quando damos um passo em direção a isso percebemos que há muitas pessoas que sofrem e que merecem ajuda. E não é algo que deveria ser vergonhoso para ninguém, já que há tantas pessoas que sofrem. E eu acho que, em outro nível, precisamos encorajar as pessoas no sentido de se cuidarem e fazerem pequenas coisas para cuidar de suas mentes todos os dias. E para que essas pessoas façam coisas para que elas se sintam bem e felizes consigo mesmas.

Eu também uso muito a plataforma que tenho para falar sobre isso. Porque mais e mais pessoas veem o que eu falo e escrevo sobre isso. Eu trabalho com a Unicef sobre essa temática da saúde mental e também com outras entidades em Londres, com foco nos jovens.

CH: O que você diria para os jovens que sonham em ser artistas?

Arlo Parks: Eu amo essa pergunta. Eu não sei, sinto que eu sou a prova viva que sonhos podem se tornar realidade. E o mais importante é entendermos que só existe um de nós no mundo, e você tem que confiar na sua intuição. Quando você começa a olhar em volta e você vê algo legal no TikTok é quando você pode acabar se perdendo. Então eu diria para você trabalhar duro, estar preparado para algumas decepções, porque isso faz parte para que você amadureça e aprenda o que é ser um artista. E acredite que é possível, não é impossível. Você pode fazer isso. Eu me sinto muito sortuda de ter definido o que eu amo tão jovem. Então se você tem essa paixão, siga em frente. Você apenas tem uma vida, então vá atrás disso.

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CH: E você escreve há muitos anos, né?

Arlo Parks: Sim! Eu comecei a escrever algumas histórias desde muito jovem. Quando eu tinha uns 7 ou 8 anos eu sempre escrevia. E isso, pra mim, sempre foi algo que me permitia sentir muito eu mesma de uma forma sensível. Eu escrevo todos os dias, durante toda a minha vida foi assim.

CH: Quais artistas não saem do seu repeat?

Arlo Parks: Boygenius. O novo álbum que elas lançaram é tudo pra mim neste momento.

 

Parks também participou de uma brincadeira que propomos. Ela indicou uma música para cada situação específica da vida. O resultado dá para conferir aqui:

@capricho @Arlo Parks indicou uma música para cada momento específico da vida, e nós amamos! Batemos um papo com ela nesta semana em sua passagem pelo Brasil – ela se apresentará nesta sexta no @C6 Fest #musica #arloparks #arloparksedit #c6fest ♬ som original – Capricho

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