estreia de Dario Mittmann no São Paulo Fashion Week aconteceu nesta quinta-feira (17) no Shopping Iguatemi, em São Paulo e, mesmo quem já conhecia a marca e esperava megaproduções se surpreendeu com as texturas, cores e tamanhos apresentados pelo estilista.
Intitulada ‘DUPE: A Streetwear Parody’, a coleção de Dario repensa “o que é uma moda de rua genuinamente brasileira, então eu trouxe os clichês do streetwear unidos a nossa estética e o jeitinho que só o brasileiro tem”. A moda das ruas, aqui, é remodelada, com foco em estampas, artesanatos, jeanswear e a graciosidade do branco. Combinar todos esses elementos parece complexo – e certamente foi -, mas, na equação do designer, o menos não significa mais.
Quando as estampas apareciam, dominavam os modelos da cabeça aos pés; na vez do artesanato, as roupas eram completamente feitas de crochê combinadas com pelos; quando o foco era o jeans, a roupa tradicional não foi suficiente para expandir as capacidades de trabalho com a peça e, por isso, arranjos em coroa ou em asas – uma versão jeans das asas de um pavão – ocupavam a passarela com as diferentes lavagens tons do tecido.
No momento em que o foco foi o branco, ele apareceu em chapéus de cowboy graciosos, rendas anexadas à calça jeans e saias volumosas com rendas e babados. Ao todo, a paródia da moda de rua proposta por Dario elevou ao máximo o que cada conceito, cor, ideia e textura poderiam ter e, combinadas entre si, resultam em uma coesão caótica tão energizante quanto a própria rua é.
Ao olhar a fila final, a sensação é de que a ‘DUPE: A Streetwear Parody’ saiu do universo dos animes com uma estética mais cyberpunk futurística, que contou com um capacete robotizado que abriu no meio da passarela revelando o cantor e ator Xamã por baixo – além dele, Duquesa, Vulgo FK e Ryu The Runner participaram do momento. Mas não só isso, a aproximação dos modelos a personagens fictícios de quadrinhos foi reafirmada pela caracterização que instigava o público a relembrar o humano por trás do traje.
Um modelo, por exemplo, desfilou com uma escultura na cabeça que se assemelhava a um moicano de chifres, com uma camiseta pintada no corpo, como se tivesse tido queimaduras de sol. Outro, usava um capacete e uma sobreposição nas mãos no estilo Transformers, enquanto tiveram ainda aqueles que vestiram macacão ou conjuntos que tampavam todo o rosto.
Estreante no SPFW, Dario já passou por outras passarelas, incluindo a da Casa dos Criadores, e conta à CAPRICHO que “chegar no SPFW, nessa estreia maravilhosa, com tantas participações, com tanta gente no time incrível trabalhando junto, é muito gratificante, é um selo de que finalmente o estilista chegou lá”.
Na beleza, o responsável pelo conceito da maquiagem, Helder Rodrigues, compartilha que o pedido de Dario por uma maquiagem mais cyberpunk e pop o possibilitou incluir “olhos coloridos esfumados com diversas cores, delineados metálicos, peruca, maquiagem glossy, lente de contato colorida e brilhos prateados”.
De todas as produções, o maquiador confessa que a mais representativa da coleção de Dario é o delineado metalizado, que ganha contorno invertido – uma paródia do delineado convencional.