A nova série documental As Supermodelos, da Apple TV+, acompanha a trajetória profissional de quatro supermodelos icônicas da história da moda, Linda Evangelista, Cindy Crawford, Naomi Campbell e Christy Turlington, durante os anos 1980 e 90. Nos quatro episódios, entendemos o início da carreira delas, ainda adolescentes, até chegarem aos dias atuais, abordando assuntos como assédio, racismo, padrão de beleza e envelhecimento.
Mas por que essas modelos foram importantes e continuam sendo assunto até hoje? Para entrar no clima e te animar a assistir à produção, vamos tentar responder a essas duas perguntas.
O status de celebridade nos anos 90
Um tema levantado logo de cara pela série é a pressão que Linda, Cindy, Naomi e Christy sofreram desde cedo e como elas não tinham voz quando começaram a trabalhar como modelos na adolescência, por volta dos 15 anos. A jornalista Robin Givhan, que foi editora de moda do jornal Washington Post, diz, em depoimento, que elas eram feitas de manequins. “Quando você olha para a história, o papel das modelos era ser um cabide humano.”
A própria Linda Evangelista fala que sua intenção era apenas agradar. “Eu queria ser o que quer que eles quisessem que eu fosse quando eu chegava no trabalho. Seja um designer ou fotógrafo, eu queria agradá-los.“
O que mudou, no entanto, foi que, aos poucos, elas colocavam suas personalidades em suas decisões. A determinação de todas em concluir o Ensino Médio e não largar os estudos em detrimento da carreira, por exemplo, foi uma atitude que demonstrava poder de decisão. Começaram a participar de programas de TV, ser assunto nos jornais, atrair os olhares do público, ser fotografadas por paparazzi e a ganhar o status de celebridades. Na época, as grifes perceberam que seria vantajoso também trazê-las aos desfiles, e, aí, acabou-se com a ideia que antes era tão forte de que modelos fotográficas não poderiam ser de passarela e vice-versa.
A capa de janeiro de 1990 da revista Vogue britânica uniu Linda, Cindy, Naomi e Christy e também Tatjana Patitz, provando de vez que elas eram as supermodelos do momento. No mesmo ano, as cinco protagonizaram o clipe da música Freedom ’90, de George Michael. Meses depois, o quarteto (sem Patitz) encerrou o memorável desfile de outono-inverno 1991 de Gianni Versace ‘dublando’ a canção na passarela.
Fato é que essas mulheres, incluindo também os nomes de Claudia Schiffer e Kate Moss, definiram uma era na indústria da moda com seus títulos de supermodelos.
A relevância atual
Com a nostalgia em alta, principalmente nos últimos anos devido à pandemia de Covid-19, que nos fez olhar para os momentos bons e cheios de memórias afetivas do passado, as supermodelos dos anos 90 estão mais atuais do que nunca. A moda vintage encontrada em brechós, que a geração Z tanto ama, também tem relação com isso – afinal, nada melhor do que olhar pra própria década de 1990 para se inspirar nos looks da época, incluindo o que Linda, Cindy, Naomi e Christy usavam no dia a dia.
Em 2018, por exemplo, Donatella Versace gerou repercussão nas redes sociais ao reunir Carla Bruni, Claudia Schiffer, Naomi Campbell, Cindy Crawford e Helena Christensen para apresentar a coleção de primavera-verão 2018 da grife italiana. Com certeza foi o grande momento do desfile!
Sem contar que, ao permanecerem queridinhas das marcas, trazem uma importante diversidade de idade ao casting de modelos. Naomi Campbell continua sendo uma das supermodelos ‘originais’ mais ativas nas semanas de moda – nesta última, da temporada de primavera-verão 2024, a vimos na passarela de Alexander McQueen, Coperni e Dolce & Gabbana. Uma eterna diva! <3
E aí, preparada para ver a série As Supermodelos e conhecer a história desse fenômeno de perto?