Rebeca Andrade acredita que a moda faz parte do esporte e vice-versa

"Eu me amo do jeito que sou", afirma a ginasta em papo com a CAPRICHO sobre moda, esporte e autoestima

Por Thaís Avilez, especial para CAPRICHO Atualizado em 29 out 2024, 16h11 - Publicado em 19 fev 2024, 16h08
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ebeca Andrade conquistou a primeira medalha olímpica na história da ginástica feminina em 2021 e não parou mais de acumular grandes feitos no esporte. No ano passado, tornou-se bicampeã mundial do salto – ultrapassando a americana Simone Biles, a maior medalhista de mundiais da história.

Ser um fenômeno dos ginásios, porém, não é a única faceta de Rebeca que chama atenção do público. Com carisma e autenticidade, a brasileira tem se destacado nas redes com postagens que demonstram o seu gosto pelo mundo da moda e da beleza.  “Eu consegui transcender o ser apenas a ‘Rebeca Atleta’. Eu tenho uma equipe que me ajudou a ir além do esporte”, afirma a ginasta que, recentemente, foi anunciada como a mais nova embaixadora da Adidas.

A CAPRICHO teve a oportunidade de acompanhar os bastidores do ensaio de fotos feito para anunciar a parceria dela com a marca, além de bater um papo com a atleta sobre como o seu estilo pessoal tem atravessado a atual fase da sua carreira. 

A mensagem da moda no esporte

Além de todo treino e parte física, a atleta explica o porquê valoriza tanto a produção pessoal para as suas performances em competições. “Eu amo usar o meu collant, com brilho, pedras e cores. Acho que isso mostra muito do que a gente é ali, toda a nossa alegria e o quanto a gente quer estar bonita”, afirma.

A ginasta ainda conta que, às vezes, ela mesmo decide as cores e o formato dos seus trajes de competição com a ajuda de suas companheiras. “A Jade (Barbosa) fez alguns dos desenhos dos collants. Isso mostra o quanto a gente faz parte daquilo”, completa.

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Ter essa liberdade de pensar nos uniformes e roupas de competições não se trata apenas de estilo. Antes das Olimpíadas de Tóquio, em 2021, ginastas alemãs treinaram usando calças, como uma forma de se protegerem da sexualização que elas são vítimas regularmente. Rebeca acredita que a repercussão da ação foi importante, e que se deve prezar pelo direito de escolha do uso ou não dos collants.

“Os atletas têm que ter a oportunidade de usar o que eles se sentem confortáveis em todos os esportes, não só na ginástica. Foi sensacional, eu fiquei muito feliz por elas”, relembra.

Para além dos looks

Para Rebeca, o conforto não está ligado apenas ao figurino, mas se sentir bem na seu próprio corpo. Ela vê a ginástica como um espaço que ajuda a construir a autoestima feminina. “Hoje eu vejo as meninas dentro do ginásio, super felizes e sem problema nenhum com o corpo. Isso é muito legal, porque a gente sente que conseguiu fazer algum tipo de mudança”, comenta.

Ela conta que sempre gostou do seu corpo, mas que na adolescência, teve, sim, seus problemas. “Queria mudar isso e aquilo, mas hoje, como uma mulher adulta, eu me olho no espelho e eu sou muito feliz”, afirma e diz que acredita que as futuras gerações sofrerão cada vez menos com a pressão estética. 

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Se alguém falar alguma coisa sobre o meu corpo, é problema da pessoa. Porque eu me amo do jeito que eu sou!

Rebeca Andrade

Com amor próprio e muita beleza, Rebeca monta looks que atravessam sua personalidade e influenciam milhares de pessoas. A atleta considera seu estilo eclético: “Eu gosto de tudo. Roupa de treino quando eu estou treinando e roupa mais lifestyle quando eu vou sair, vou ao shopping, ou vou fazer alguma coisa diferente. Eu não tenho um estilo só”.

Entender tudo isso foi um processo. Rebeca conta que, depois das Olimpíadas, teve muito mais oportunidade para vivenciar essas experiências e ter uma outra visão do que realmente é a moda. “Ter a chance de conhecer marcas que eu olhava e outras pessoas falavam ‘nossa, será que um dia eu vou poder usar isso?’, e hoje estar usando, é um sonho realizado. Eu fico muito feliz”, finaliza.

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