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Ventana representa upcycling brasileiro na semana de moda de Nova York

Estilista Gabrielle Pilotto conta à CAPRICHO como foi apresentar coleção autoral e sustentável em desfile internacional

Por Sofia Duarte Atualizado em 29 out 2024, 18h18 - Publicado em 21 set 2023, 11h40

Dá muito orgulho quando uma marca brasileira é reconhecida internacionalmente como relevante e entra na lista de apostas atuais no mercado da moda, né? Foi o que aconteceu com a Ventana, etiqueta de upcycling fundada pela estilista Gabrielle Pilotto, ao ser convidada para desfilar pela primeira vez na última semana de moda de Nova York, que aconteceu neste mês. “Eu faço isso há mais de 10 anos e enxergo essa mudança da moda sustentável começando a receber um lugar de destaque e de reconhecimento“, disse ela em entrevista à CAPRICHO. Vem conferir o papo completo com a mente por trás da marca que tem a proposta de transformar tecidos do cotidiano em arte.

Natural de Pelotas (RS), Gabrielle Pilotto conta que o convite para montar um desfile foi uma surpresa. “Por um momento quase respondi achando que era golpe, mas não era (risos)”, lembra. A apresentação da coleção ‘Suture‘ aconteceu no Canoe Studio e foi organizada pela Flying Solo NYC, uma plataforma que reúne marcas independentes e autorais do mundo todo. “A ideia principal era apresentar a identidade da Ventana, que já temos aqui no Brasil, mas repaginada nesse desfile em NY”, acrescenta.

Desfile da Ventana na semana de moda de Nova York
Desfile da Ventana na semana de moda de Nova York Brian Ach/Flying Solo/Getty Images

A designer revela que as peças foram desenvolvidas a partir de materiais de outras marcas brasileiras. “A minha ideia sempre foi tentar unir de algum jeito o upcycling com a indústria que já existe, porque conseguir encontrar um meio termo em tudo faz com que, aos poucos, seja possível mudar as coisas. ‘Suture’ é sobre o óbvio da palavra unir não só retalhos e tecidos de diversas marcas, mas também uma comunidade. Contamos com os materiais da Dod, Aluf, Class, Bcrew, Toruss, Theray, Aguiar, Katsukazan e Erente, além de ter peças feitas pela artesã pelotense Gladys Piltotto. Entre os materiais e o resultado pronto, acabamos construindo uma comunidade de pessoas que acreditam na potência do upcycling e, principalmente, na Ventana.”

Para ela, as melhores partes foram ver que é possível expandir fronteiras com a moda brasileira e sustentável e ter o apoio e torcida do público que a acompanha. “Por muito tempo, as portas para o que eu fazia não estavam abertas. Esse passo foi muito importante para a Ventana, mas tenho certeza que também para outras marcas que trabalham com isso. E, claro, o apoio de toda a comunidade Ventana, que fez muito barulho compartilhando e falando muito sobre isso. É a parte mais especial ver o tanto de gente que torce pela marca e que sabe a história da marca.”

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Gabrielle ainda conta que o aprendizado que fica dessa experiência reforça a máxima na qual ela sempre acreditou: ninguém faz nada sozinho. “Muitas vezes, a moda é um lugar de muita competição, e isso acaba afastando as marcas e fazendo com que muita gente tenha uma ideia errada sobre a moda. Conseguimos fazer o que a gente sempre acreditou e tenta, que é unir várias marcas. A indústria não precisa ser para sempre do jeito que é. Eu acredito que as coisas vão melhorando ao longo do tempo e vejo isso quando consigo acompanhar de perto esse movimento.”

Estilista Gabrielle Pilotto no desfile de sua marca Ventana na semana de moda de Nova York
Estilista Gabrielle Pilotto no desfile de sua marca Ventana na semana de moda de Nova York Brian Ach/Flying Solo/Getty Images

A diretora criativa conclui revelando os próximos passos da Ventana, que envolvem trabalhar com força essa projeção internacional. E, enquanto isso, ficamos esperando o convite e reconhecimento da marca nos eventos de moda brasileiros – assim como Gabrielle, queremos vê-la colocando o upcycling para desfilar na São Paulo Fashion Week!

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