A promessa de investimentos da Shein para deixar sua blusinha mais barata
O presidente da Shein na América Latina quer investir mais de R$ 750 milhões no Brasil - tudo isso com a promessa de baratear as roupas produzidas aqui
O presidente na América Latina da Shein, Marcelo Claure, deu, nos últimos dias, alguns indicativos de como acontecerá a alocação de investimentos da gigante chinesa aqui no Brasil. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o executivo disse que pretende investir mais do que os R$ 750 milhões prometidos até então. Tudo isso aconteceu após uma decisão do governo federal, também anunciada em abril, e que gerou muitas dúvidas vindas da nossa galera.
Primeiro, caso você não tenha acompanhado, o governo federal anunciou em abril que aumentaria a fiscalização de produtos de origem de e-commerces internacionais, como Shein, Shopee e AliExpress. A gente te explicou, na época, que essa decisão partiu, principalmente, de um descontentamento das varejistas brasileiras – como o Magalu – que se viram enfrentando uma concorrência desleal com essas empresas – afinal, elas pagam toda uma carga de impostos brasileiros por estarem alocadas aqui.
Na época da decisão, nós conversamos com a economista e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Carla Beni, que explicou que não haveria a criação de um novo imposto. E isso segue valendo, ok?
A novidade, agora, é a posição da Shein em querer focar a produção em larga escala de roupas e outros produtos aqui no Brasil. A gente te explica quais interessem movem a gigante do e-commerce e como isso pode impactar os custos para fabricar a sua blusinha.
“Nossa meta é que, em menos de 5 anos, 85% do que se vende no Brasil seja ou fabricado aqui, ou vendido na plataforma por um vendedor local”, afirmou Claure, em entrevista ao jornal O Globo.
Esse movimento de focar os esforços no Brasil parte de um interesse mercadológico e muito estratégico para a empresa. Isso porque o país represente um dos cinco maiores mercados da Shein em todo mundo. Estados Unidos, Arábia Saudita, França e Inglaterra estão nas primeiras posições.
Segundo Claure, com os pólos produtivos aqui no Brasil, a ideia é driblar os custos de envio dos produtos da China para cá – e assim, também driblar as possíveis taxações. Além disso, como bem apontado por Claure, o Brasil é um grande produtor de matérias-primas, como o algodão. O que pode, de fato, ajuda a diminuir os custos de produção de peças.
Em abril, a Shein informou que pretende gerar mais de 100 mil empregos para os brasileiros com os planos de nacionalizar a produção.
Recentemente, a empresa também inaugurou a primeira sede no Brasil, na avenida Faria Lima, em São Paulo.