A onda de revolta pós-resultado das eleições presidenciais, que segue em alguns estados, atingiu igrejas e até mesmos escolas. Antonio, um aluno negro de 15 anos, que estuda no Colégio Visconde de Porto Seguro, na unidado de Valhinhos, no interior de São Paulo, denunciou discursos racistas e de ódio vindo de alguns de seus colegas, que o colocaram em um grupo de WhatsApp chamado “Fundação Antipetismo”.
A instituição de ensino é uma das mais tradicionais de SP e região, e a mensalidade custa uma média de R$ 4 mil. O colégio foi fundado por imigrantes alemães no final do século XIX. De acordo com o estudante, assim que o resultado do 2º turno saiu, ele foi colocado no grupo e sua indignação foi imediata, pois se deparou com diversas mensagens que faziam apologia ao nazismo. “Todo tipo de preconceito tinha lá”, lamentou.
Nos prints divulgados na reportagem que foi ao ar no Fantástico do ultimo domingo (6), programa dominical da TV Globo, é possível ler mensagens como: “sentiu a câmara de gás” e “saiu do grupo: petista e/ou judeu”.
“Por eu ser preto, ao ler mensagens assim, me sinto atingido diretamente. Quando eles fazem menções ao nazismo, isso também ataca a minha raça, porque o que aconteceu no nazismo foi um ataque não só a judeus, mas a diversos grupos sociais, tanto negros quanto mulheres”, disse o aluno em sua denúncia.
Além do grupo, os alunos ainda fizeram atos dentro da própria escola para xingarem Lula (PT), o candidato que venceu Jair Bolsonaro (PL) nas urnas. Mesmo falando com a Direção, Antonio resolveu intervir e protestar contra o que estava acontecendo. “Pelo fato de eu ser um dos poucos negros em uma escola repleta de brancos, eu precisava criar essa consciência para poder viver nesse ambiente. Um negro no meio de muitos brancos, um negro com dinheiro”, discursou em ato realizado no pátio.
De acordo com o site Ponte jornalismo, responsável por trazer o caso à tona, o colégio afirmou que acabou com as manifestações de cunho nazista em minutos, e que os alunos envolvidos foram todos expulsos. A decisão está sendo contestada pelo advogado dos estudantes.
Antonio diz não sentir ódio de ninguém e que aceita o pedido de desculpas, pois luta pelo amor.
É, Brasil… Já diria Mano Brown: “Depois que a desculpa foi inventada”… Tudo vira opinião e liberdade de expressão, né?!