Discussão entre Trump e Zelensky (ainda) está dando o que falar
E, agora, até alguns líderes europeus se incomodaram com o cenário atual, envolvendo o futuro da guerra entre Rússia e Ucrânia.

m meio ao Carnaval e ao Oscar, outra narrativa (nada divertida, por sinal) está dando o que falar no cenário internacional. Já faz alguns dias, mas a discussão entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky permanece ecoando e gerando incômodos até em outros líderes europeus.
Antes de viajar a Londres, no Reino Unido, nesse domingo (2), para uma cúpula internacional, Donald Tusk, primeiro-ministro polonês, mandou um forte recado ao dizer que o Ocidente não pode ceder à “chantagem e agressão” da Rússia.
Ainda segundo o primeiro-ministro do país, a melhor forma de dissuadir Vladimir Putin, presidente russo, não é com apelos, mas com força própria. Isso porque ele acredita que, em território, a Europa é soberana à Rússia.
Segundo ele, “isto é um paradoxo, perceba: 500 milhões de europeus pedem a 300 milhões de americanos que os protejam de 140 milhões de russos. Se você sabe contar, precisamos ter confiança.”
Em números, é mais ou menos assim, de acordo com o próprio Tusk:
População europeia 3,5 vezes maior que a russa;
Economia europeia é 12 vezes maior que a russa;
2,6 milhões de soldados são europeus, mas do que o dobro da Rússia.
Contudo, Tusk acredita que o problema estaria na falta de coordenação e ambição entre as nações, fazendo com que o continente permaneça refém da presença militar americana. Pois é.
O debate todo está acontecendo porque, na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, bateu-boca com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky na Casa Branca. Ontem, segunda-feira (3), ele suspendeu toda a ajuda militar ao país.
Os dois se encontraram lá na Casa Branca no dia 28 de fevereiro para negociar um acordo preliminar sobre o compartilhamento dos recursos minerais da Ucrânia com os Estados Unidos. Mas, como você pode perceber, a conversa evoluiu para retaliação, ao invés de apoio mútuo.
Trump disse que o presidente da Ucrânia deveria ser mais agradecido pelo apoio americano, após responder a uma declaração de Zelensky, que dizia que o fim da guerra está “muito, muito distante”.
Em contrapartida, líderes europeus estão correndo para aumentar seus próprios gastos militares e fornecer suporte alternativo para Kiev. Um deles é Donald Tusk, da Polônia.
Mas, voltando a Tusk…
Lá em 2024, Tusk já alertou para um momento crítico para a Europa. “Não quero assustar ninguém, mas a guerra já não é um conceito do passado. É real e começou há mais de dois anos”, alertou em entrevista a um grupo de jornais europeus.
“Sei que parece devastador, especialmente para a geração mais jovem, mas temos de nos habituar ao facto de que uma nova era começou: a era pré-guerra. Não estou a exagerar, está a ficar mais óbvio a cada dia”, insistiu.
O primeiro-ministro ainda disse que este é “o momento mais crítico desde o fim da Segunda Guerra Mundial” e afirma que “o mais preocupante neste momento é que literalmente qualquer cenário é possível”.
Naquela época, os avisos de Tusk surgiram cinco dias depois de um míssil russo ter violado o espaço aéreo da Polônia após novos ataques Russos à Ucrânia.