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É hora de driblar fake news da tragédia climática no Rio Grande do Sul

Pensar na sua "dieta informativa" na hora de consumir conteúdos nas redes sociais é muito, muito importante. Ainda mais agora.

Por Andréa Martinelli Atualizado em 29 out 2024, 15h50 - Publicado em 10 Maio 2024, 06h00
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im, é uma notícia ruim, mas é fato: as redes sociais são um terreno muito fértil para a desinformação e disseminação de notícias mentirosas, as chamadas fake news. Em momentos críticos da História ou diante de tragédias como a que estamos vendo acontecer no Rio Grande do Sul, o que não falta são conteúdos de origem duvidosa circulando, além de possíveis golpes.

A nossa galera – majoritariamente da Geração Z – é a que mais domina estes aplicativos e pode, sim, ficar mais vulnerável a estes conteúdos. Isso acontece, de modo geral, porque muita gente não confirma a veracidade da informação antes de passá-la adiante e quem produz informação falsa está cada vez mais profissional.

E não tiramos essa informação do nada. Um relatório da Reuters Institute Digital News mostrou que 1 em cada 5 pessoas entre 18 e 24 anos se informa sobre o que está acontecendo no mundo única e exclusivamente pelo TikTok.

Acontece quem, nas redes, qualquer pessoa pode ser fonte de informação – o que não é negativo, pelo contrário: é um ganho em relação à diversidade de vozes. E, sim, existe bastante conteúdo e informação de qualidade no TikTok ou em outras redes.

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Mas este é apenas um lado da história. O problema é que isso também dá espaço para grupos mal-intencionados usá-las como ferramenta de desinformação ou até pessoas que não têm formação técnica ou especializada, como, por exemplo, jornalistas, ganharem visibilidade com informações mal apuradas ou equivocadas.

E você, leitor de CAPRICHO, já percebeu no seu dia a dia que tudo se espalha muito rápido no virtual, principalmente, as mentiras, né? Por isso, é importante conseguir diferenciar o que é um conteúdo com credibilidade de daquelas que podem ser fake news.

Até o momento, o Estado soma 107 mortos e 134 desaparecidos. Números de desalojados e de feridos praticamente dobraram. Ao todo, mais de 1,7 milhão de pessoas foram afetadas pela tragédia. Em momentos como este, é essencial se informar tanto para saber exatamente o que está acontecendo de verdade, quanto para conseguir fazer doações corretas às vítimas.

Mas, CAPRICHO, explica melhor, o que são fake news?

A tradução para fake news é literalmente “notícias falsas”. Elas são informações noticiosas que não representam a realidade, por mais que tentem fingir que sim. Elas são compartilhadas na internet, principalmente pelas redes sociais.

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O objetivo de uma fake news costuma seguir o seguinte roteiro: criar uma polêmica em torno de uma situação ou pessoa; utilizar um teor extremamente dramático, apelativo e polêmico; atrair atenção das massas, principalmente em grupos considerados mais vulneráveis ou desprovidos de senso crítico.

Assim, os conteúdos falsos podem servir como uma ferramenta tanto para ajudar a imagem de alguém ou prejudicar. É isso que costuma acontecer em contextos eleitorais ou tragédias, por exemplo. Notícias falsas são usadas para melhorar ou piorar a reputação de determinado candidato, influenciando potenciais eleitores ou disseminando desinformação sobre algo.

Pergunte-se: como? quando? onde? por quê?

A primeira coisa que você deve fazer quando encontrar uma notícia suspeita na internet é checar as fontes. Antes de acreditar totalmente na informação, faça algumas perguntas:

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Se a resposta não for satisfatória, significa que tem algo errado. É preciso ter um senso crítico quando qualquer tipo de conteúdo chegar até você. Pode parecer difícil identificar fake news, mas seguindo alguns passos básicos, fica fácil saber se a informação analisada é verdadeira ou não: desconfie, seja cético e pesquise. Nada de compartilhar sem checar antes.

O que as redes sociais têm a ver com isso, CAPRICHO?

Talvez você não se lembre, mas em 2018, a internet e as fake news tiveram um papel muito importante nas eleições presidenciais – e não de uma forma positiva, mas no sentido de influenciar muitos eleitores e gerar uma polaridade política (a famosa divisão “esquerda” e “direita”) muito maior do que antes.

Fora que essas plataformas trabalham em cima dos famigerados algoritmos, aqueles códigos que a gente não entende super bem, mas que definem o que vai aparecer no nosso feed e os tipos de conteúdos que as próprias plataformas vão sugerir para a gente, em uma tentativa de nos manter lá dentro por mais tempo.

Entender como elas funcionam – e que, sim, elas têm interesses econômicos – faz parte do processo de bom uso das redes e fuga das fake news e dos conteúdos polêmicos.

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Como consumir informação de qualidade, então?

A dica principal é se fazer uma pergunta fundamental: qual é a fonte dessa informação? Esse conteúdo está me ensinando algo de útil ou gerando uma polêmica?

Se for o segundo caso, faça como no Tinder e dê um bom “swipe left” – é bem provável que esse conteúdo só queira cliques e engajamento, sem qualquer desejo genuíno de gerar consciência política nos usuários da rede em questão.

Mas também é importante não ficar só refém das redes sociais na hora de alimentar a sua “dieta informativa”. Ligue a televisão, abra a home principal dos principais veículos de informação do país como Folha de S. Paulo, Estadão e Veja.

Alguns portais de checagem têm feito um trabalho intenso para desmentir notícias mentirosas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. Entre eles, estão, Agência Lupa, Aos Fatos e Boatos.org. Ler, de fato, outros meios de comunicação e acompanhá-los nas redes sociais é fundamental para que a sua “dieta da informação” enriqueça a maneira como você se informa.

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Seja nas redes sociais ou não, você deve ler todo o conteúdo, verificar a origem, pesquisar os autores do texto ou postagem, pesquisar por outras fontes de informação e prestar atenção à data de publicação da notícia.

Ah, e se você ver alguém compartilhando fake news, avise e compartilhe links confiáveis. Nada de propagá-las por aí, hein?

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