arina Silva, atual ministra do Meio Ambiente, foi eleita uma das cem pessoas mais influentes do mundo em 2024 pela revista Time – um título e tanto, né? A lista, organizada anualmente pelo periódico norte-americano, foi divulgada pela publicação neste mês de abril. E a ambientalista é a única brasileira homenageada nesta edição.
Nascida no Acre, Silva tem 66 anos e uma trajetória e tanto. Neste ano, ela é destaque na categoria “Líderes” da lista, que tem outras categorias também para artistas e pessoas que promovem inovação em suas respectivas áreas. Desta vez, as cantoras Dua Lipa e Kylie Minogue foram algumas das personalidades reconhecidas.
“Como ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, [Marina Silva] está reconstruindo a capacidade do Brasil de combater o desmatamento ilegal na amazônia”, diz o texto que justifica a escolha da brasileira.
A homenagem foi escrita por Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da UNFCCC (Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, na sigla em inglês), um órgão super estratégico e representativo ao nível internacional.
A secretária afirma que Marina defende internacionalmente o quanto é preciso “que reconsideremos nossas perspectivas limitadas sobre o que a proteção da natureza pode nos custar” e que “defende que abracemos uma compreensão mais abrangente do impacto econômico extraordinário e dos valores que a natureza oferece.”
Figueres ainda apresenta Marina como uma “mulher notável” vinda de uma família de seringueiros, com “coragem profundamente enraizada e tenacidade inabalável”. O texto destaca ainda o papel de Marina na articulação pela transição energética do Brasil em um ano em que o país preside o G20, fórum de cooperação econômica internacional super importante que fazemos parte.
Esta não foi a primeira vez de Marina Silva na ‘Time’
Marina já havia sido citada em outra lista da revista Time, em novembro do ano passado, focada nas cem lideranças climáticas mais influentes do planeta em 2023. Uhum, a nossa ministra estava entre elas e isso não é pouca coisa.
Na lista geral das pessoas com maior influência em 2023 segundo a revista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi citado no ano passado. O destaque foi dado também por seu papel no combate às mudanças climáticas.
Mas você se lembra da CAPRICHO com a Marina Silva?
Lá em 2022, quando o projeto editorial CH na Eleição, conseguimos entrevistar Marina Silva, que então era deputada federa por São Paulo. E isso aconteceu lá no evento #SuperMeninas22, realizado pela Girl Up Brasil com o apoio da CAPRICHO, que debateu clima e meio ambiente.
A atual ministra é o tipo de pessoa que faz uma sala inteira de jovens mulheres bater palmas de pé. Durante o bate-papo lá no evento, a deputada reforçou que a mudança não só é possível, como está ao alcance de todos nós, desde que façamos uma única decisão: pelo compromisso ético de fazer as mudanças que ela sabe serem possíveis hoje.
“Se tem um país que pode ter uma matriz energética 100% limpa é o Brasil”, disse. “A energia solar, eólica, já é mais barata do que a hidroeletricidade. É só investir. Nós já temos as respostas técnicas, o que falta é o compromisso ético com esse novo ciclo de prosperidade.”
A gente já comentou por aqui sobre a importância da questão climática para a política – tanto que ela tem sido uma pauta quentíssima nas campanhas eleitorais -, e o quanto esse assunto está muito mais próximo da gente do que a gente imagina.
Para a deputada, é essencial que, nosso próximo governo, exista um movimento importante de fortalecimento do novo sistema nacional do meio ambiente, com um orçamento adequado, o fortalecimento de instituições como o IBAMA e restaurando o Serviço Florestal Brasileiro e a Agência Nacional de Águas como parte do Ministério do Meio Ambiente – atualmente, essas duas instituições foram realocadas para o Ministério da Agricultura.
“E vamos fazer com que os cargos sejam ocupados não por policiais, que são ótimos para a defesa civil, mas que não entendem de meio ambiente, mas técnicos para a agenda ambiental”, explicou.
Marina ainda explica sobre um segundo ponto essencial que pretende defender no Senado Federal, principalmente em parceria com o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele ganhe as eleições presidenciais: recuperar “algo em torno de 12 milhões de áreas [de floresta] que foram degradadas”.
Estar em uma sala repleta de jovens mulheres e não pensar no futuro do país. É por isso que Marina, ao final da sua fala no evento, fez questão de reforçar a importância de um posicionamento de nível nacional para com a mudança.
“Eu vejo o Brasil florescendo. Não é essa política de terra vazada, a gente pode voltar a ter protagonismo internacional, e pode fazer isso liderando pelo exemplo – se formos capazes de ter o compromisso ético. A resposta técnica, nós já temos”, repetiu.