Os perigos do ‘melzinho do amor’, que tem venda proibida pela Anvisa

Vídeo de influenciadora drogando os amigos viralizou nas redes sociais; produto tem fármacos sintéticos utilizados para disfunção erétil.

Por Da Redação Atualizado em 29 out 2024, 18h01 - Publicado em 21 dez 2023, 17h13

Um vídeo da influenciadora digital Gabriela Nery viralizou nas redes sociais em que ela aparece colocando “melzinho do amor” no refrigerante de seus amigos de faculdade. Na publicação, a influencer ainda mostra a reação de seus amigos à substância, que é proibida pela Anvisa desde 2021 por oferecer riscos à saúde.

A assessoria da influenciadora enviou uma nota ao G1 em que afirma que o vídeo é de dois anos atrás e voltou a circular nas redes sociais. “Gabriela esclarece que os vídeos em questão foram gravados com a anuência prévia de todos envolvidos – que estavam cientes da brincadeira, já combinada”. A influenciadora é do Distrito Federal, em Brasília.

Nery é conhecida no TikTok e no Instagram por fazer brincadeiras com pessoas em locais como shoppings e lojas, em que ela aparece de surpresa e diz: “não fala nada no microfone que eu te compro X coisas”.

Apesar da embalagem colorida e com avisos de que o produto é 100% natural, esse não é o caso do “melzinho do amor”. Ok? A gente te explica:

Os perigos do ‘melzinho do amor’

Conhecido como um tipo de estimulante sexual, uma análise feita em 2021 pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp (CIATox) encontrou duas substâncias de origem sintética:  Sildenafila e Tadalafila: ambos são fármacos encontrados em medicamentos para disfunção erétil, e que são vendidos apenas com prescrição médica, tá?

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Em 2021, o coordenador executivo do Laboratório da Unicamp, o (CIATox), José Luiz Costa, explicou que essas substâncias podem causar efeitos indesejados graves para aqueles que a utilizam sem prescrição médica: como o priapismo prolongado (um tipo de ereção longa e dolorosa com risco de necrose do pênis) e outras lesões irreversíveis. Para mulheres com problemas no coração, como cardiopatias, também há riscos.

“Quando uma pessoa toma um medicamento com recomendação, o médico sabe quais são seus problemas de saúde. O risco de efeito adverso existe, mas é controlado. Alguém que faz uso desses medicamentos por conta própria pode estar colocando sua saúde em risco sem saber. Apesar do rótulo dizer que na composição constam apenas extratos de plantas, não há nada de natural neles”, afirmou Costa.

Os efeitos colaterais produzidos por essas substâncias também podem ser intensificadas com o álcool, viu? Segundo a Unicamp, tontura, hipotensão arterial e dores de cabeça foram alguns dos efeitos encontrados em quem misturou as substâncias.

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