
Tiktok está indisponível nos EUA e sumiu das lojas de aplicativo por lá
Pela primeira vez na história, os Estados Unidos baniu uma rede social do país que, agora, vê em Donald Trump uma saída para voltar a funcionar.
Em menos de 24 horas, TikTok ficou fora do ar nos EUA e está voltando a ficar disponível para usuários do país após declarações do presidente Donald Trump, que tomará posse amanhã, segunda-feira (20).
oficial. Pela primeira vez na história os Estados Unidos baniram completamente do país uma rede social. A partir de hoje, domingo (19), o TikTok não está mais disponível na App Store, da Apple, e nem na Google Store. Ou seja, usuários não estão conseguindo acessar a plataforma e nem fazer o download em seus dispositivos móveis. A partir de agora, a aposta da ByteDance, dona do TikTok, é na posição do presidente Donald Trump sobre o assunto. Ele tomará posse amanhã, segunda-feira (20).
Aqui no Brasil, nada muda no seu acesso à plataforma. Você aí do outro lado da telinha está conseguindo acessar o seu app – pode abrir aí para comprovar e voltar para esse texto, ok? -, mas os criadores de conteúdo norte-americanos não terão possibilidade de publicar novos vídeos ou fotos até o momento em que a decisão seja revertida. Ou seja, teremos acesso apenas ao que eles já publicaram por lá.
Os usuários que tentam acessar o aplicativo por lá agora são recebidos com uma mensagem que diz “TikTok não está disponível no momento”. “Temos sorte que o presidente Trump tenha indicado que trabalhará conosco em uma solução para restabelecer o TikTok assim que assumir o cargo”, acrescenta a mensagem. “Por favor, fique ligado!”
Trump já ameaçou o TikTok diversas vezes durante sua primeira presidência. Mas, agora, parece que mudou de opinião.”Você sabe, tenho um lugar especial no coração para o TikTok, porque ganhei a juventude por 34 pontos, e há quem diga que o TikTok tem algo a ver com isso”, disse o republicano em dezembro, após ser eleito.
Segundo informações da CNN norte-americana, o CEO do TikTok, Shou Chew, foi convidado para a posse do presidente na próxima segunda-feira e deve sentar-se no palanque, ao lado de outros CEOs de tecnologia. Este pode ser um sinal de “bandeira branca” de Trump à operação da plataforma no país.
Ainda segundo a CNN, Trump disse na última sexta-feira (17) que “no final das contas, depende de mim, então vocês vão ver o que eu vou fazer”. A repórter Pamela Brown pergunta a ele quais medidas ele tomaria para reverter a proibição, ao que ele responde: “O Congresso me deu a oportunidade, então eu tomarei a decisão.”

Nos Estados Unidos, o TikTok tem cerca de 170 milhões de usuários – a maior porcentagem de pessoas que acessam a plataforma em todo o mundo. E, como o algoritmo da plataforma é global e baseado em interesses, usuários do Brasil e de outros países devem perder a possibilidade de ter acesso a conteúdos publicados por estes criadores e, também, de conteúdos feitos por aqui chegarem até ele.
Ou seja, para os brasileiros, o app está disponível, mas usuários serão afetados em dois pontos:
- sem novos conteúdos de criadores que vivem por lá;
- possibilidade de afetar o alcance de novos conteúdos publicados por aqui.
Isso significa que aquela trend de beleza, moda, comportamento ou até de música, que começa por lá e chega até aqui, bem, não serão mais publicadas e vistas na sua For You por enquanto.
Lá nos Estados Unidos, os usuários do TikTok passaram a semana inundando a plataforma com vídeos expressando sua indignação e desespero com a ameaça da proibição. Um dos vídeos que circulou muito por lá fazia uma paródia sarcástica com a situação.
A letra dizia: “Se você está me perguntando, o maior problema é o TikTok. Não é o aquecimento global, não é o acesso aos cuidados de saúde – bem-estar, é chato! Corrupção no topo, cidadãos sendo baleados. Com tudo o que está acontecendo, agora é o momento perfeito para banir o TikTok.”
Mas, por que isso está acontecendo, CAPRICHO?

Isso não está acontecendo não porque o Biden não gosta, simplesmente, de vídeos do TikTok ou coisas do tipo, viu? Isso tem a ver com uma questão muito além, que passa por um viés diplomático.
Em 2024, o presidente Joe Biden sancionou uma lei que proíbe a operação da ByteDance, empresa chinesa e dona do aplicativo, no país. Mas essa ‘treta’ toda ganhou um novo capítulo logo no início de 2025.
Neste domingo (19), esgota-se o prazo de 9 meses estabelecido pela lei para que o TikTok se adapte. A nova lei exige que o aplicativo seja mantido por empresa que não pertença à China. Somado a isso, a Suprema Corte decidiu, por unanimidade, que a operação pode ser bloqueada até domingo, se opondo a um recurso apresentado pela plataforma.
Como você sabe, a ByteDance é uma empresa chinesa. E a rixa entre China e Estados Unidos não é de hoje e sua principal motivação é a diferença ideológica, política e, em especial, econômica.
Enquanto a China é um país comunista, os EUA são capitalistas e liberais. Desde 2020, o ex-presidente Donald Trump já havia tentado expulsar o TikTok do país sob a mesma justificativa de que o aplicativo controlado por empresas chinesas estaria invadindo a privacidade dos norte-americanos para controlar seus dados, deixando-os vulneráveis.
Na época, nenhuma movimentação judicial de Trump chegou a algum lugar e a ByteDance, empresa responsável pelo aplicativo, afirmou diversas vezes não haver nenhum sistema de coleta de dados pessoais dos usuários.
A dominação tecnológica e a questão financeira envolvida em negócios que vem da China – literalmente – é um fator que parece preocupar os norte-americanos, já que a rivalidade econômica é real e o avanço tecnológico pode ser visto como um meio viável pelo qual a potência oriental poderia ganhar soberania.