TikTok volta a funcionar em menos de 12 horas após declarações de Trump

CAPRICHO, via VPN, apurou que a plataforma está disponível para usuários, mas ainda fora das lojas de aplicativo do Google e Apple.

Por Andréa Martinelli Atualizado em 19 jan 2025, 20h00 - Publicado em 19 jan 2025, 19h56
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ikTok saiu do ar, mas voltou a funcionar nos Estados Unidos após o presidente Donald Trump prometer uma pausa na proibição do aplicativo no país assim que tomar posse como presidente. A cerimônia de posse está marcada para acontecer nesta segunda-feira (20).

A CAPRICHO apurou, via VPN – uma rede privada, que se conecta à de outros países – que a plataforma voltou a ficar disponível para os usuários acessarem, interagirem e publicarem conteúdos. Porém, ela não está disponível na App Store e nem na Google Store até o momento (imagem abaixo).

Em comunicado a usuários por lá, a plataforma afirmou que “em acordo com nossos provedores, o TikTok está em processo de restauração do serviço” e ainda agradece a Trump pela possibilidade de a plataforma voltar ao ar. “Agradecemos ao presidente Trump por fornecer a clareza e a garantia necessárias de que nossos provedores não enfrentarão penalidades ao fornecer disponibilidade do TikTok a mais de 170 milhões de americanos e permitir que mais de 7 milhões de pequenas empresas prosperem.”

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De olho em ganhar mais popularidade entre seus apoiadores, em especial, o público jovem, Trump afirmou neste domingo (19), que nenhuma sanção seria aplicada às empresas guardiãs dos servidores do TikTok, caso eles retomem o aplicativo, mesmo com a legislação proibicionista entrando em vigor neste domingo. Foi essa garantia que fez o aplicativo voltar ao ar.

Ele afirmou emitiria uma ordem executiva que atrasaria a proibição e sugeriu que gostaria de ver o TikTok restaurado o mais rápido possível porque “os americanos merecem ver nossa emocionante posse na segunda-feira” e que “não haveria responsabilidade para nenhuma empresa que ajudou a impedir que o TikTok desaparecesse antes da minha ordem”.

Trump sugeriu que, para resolver de vez a questão, empresa chinesa dona do TikTok venda 50% de suas ações para uma empresa americana, o que poderia aliviar as pressões sobre a plataforma.

“Gostaria que os Estados Unidos tivessem a propriedade de 50% de uma empresa conjunta”, escreveu o republicano em seu perfil na Truth Social, a rede social criada pelo grupo Trump Media & Technology Group, de propriedade do presidente.

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A plataforma se define como “uma plataforma de mídia social da América que incentiva uma conversa global aberta, livre e honesta, sem discriminação com base em ideologia política.”

Mas, por que isso está acontecendo, CAPRICHO?

Medida passou rapidamente porque faz parte de um pacote mais amplo de medidas dentro da matéria discutida.
Medida passou rapidamente porque faz parte de um pacote mais amplo de medidas dentro da matéria discutida. Getty Images/Getty Images

Isso não está acontecendo não porque políticos norte-americanos não gosta, simplesmente, de vídeos do TikTok ou coisas do tipo, viu? Isso tem a ver com uma questão muito além, que passa por um viés diplomático. Mesmo com o aplicativo voltando ao ar, essa história ainda pode render muitas questões políticas e econômicas entre os dois países nos próximos meses.

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Em 2024, o presidente Joe Biden sancionou uma lei que proíbe a operação da ByteDance, empresa chinesa e dona do aplicativo, no país. Mas essa ‘treta’ toda ganhou um novo capítulo logo no início de 2025.

Neste domingo (19), esgotou-se o prazo de 9 meses estabelecido pela lei para que o TikTok se adaptasse à legislação. A nova lei exige que o aplicativo seja mantido por empresa que não pertença à China. Somado a isso, a Suprema Corte decidiu, por unanimidade, que a operação pode ser bloqueada até domingo, se opondo a um recurso apresentado pela plataforma.

Como você sabe, a ByteDance é uma empresa chinesa. E a rixa entre China e Estados Unidos não é de hoje e sua principal motivação é a diferença ideológica, política e, em especial, econômica.

Enquanto a China é um país comunista, os EUA são capitalistas e liberais. Desde 2020, o ex-presidente Donald Trump já havia tentado expulsar o TikTok do país sob a mesma justificativa de que o aplicativo controlado por empresas chinesas estaria invadindo a privacidade dos norte-americanos para controlar seus dados, deixando-os vulneráveis.

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Na época, nenhuma movimentação judicial de Trump chegou a algum lugar e a ByteDance, empresa responsável pelo aplicativo, afirmou diversas vezes não haver nenhum sistema de coleta de dados pessoais dos usuários.

A dominação tecnológica e a questão financeira envolvida em negócios que vem da China – literalmente – é um fator que parece preocupar os norte-americanos, já que a rivalidade econômica é real e o avanço tecnológico pode ser visto como um meio viável pelo qual a potência oriental poderia ganhar soberania.

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