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O que é Lúpus, a doença crônica de Selena Gomez e Lady Gaga?

Especialista responde as dúvidas mais frequentes sobre a doença crônica e o transplante da cantora Selena Gomez.

Por Isabella Otto Atualizado em 10 Maio 2018, 16h14 - Publicado em 10 Maio 2018, 16h14

“Ela me deu o maior presente e fez o maior sacrifício que poderia fazer por mim doando um de seus rins. Eu sou incrivelmente abençoada. O Lúpus continua sendo uma doença mal compreendida, mas progressos estão sendo feitos”, desabafou Selena Gomez no Instagram, quando contou para seus seguidores que andava meio afastada da vida pública pois tinha passado por uma cirurgia de transplante de rim. Lady Gaga também foi diagnosticada com a doença: “Lúpus é genético na minha família(…) Eu fui diagnosticada como portadora, mas não tenho nenhum sinal nem sintoma. De qualquer forma, tenho que cuidar muito bem de mim mesma”, afirmou em 2010, durante entrevista ao jornalista Larry King. Mas, afinal, o que é Lúpus?

Você sabia que o Dia Mundial da Luta Contra o Lúpus acontece todo 10 de maio e que Francia Raísa é o nome da amiga que doou um rim para Selena? Selena Gomez/Instagram

A CAPRICHO conversou com Clay Brites, neuropediatra do Instituto NeuroSaber, para esclarecer as principais dúvidas sobre a doença. Para começar, é importante saber que ela é crônica e autoimune. “Ou seja, o próprio organismo – por motivos ainda desconhecidos – cria anticorpos que destroem tecidos saudáveis do corpo e atingem várias regiões“, explica o doutor. Há dois tipos de LES (Lúpus Eritematoso Sistêmico): o cutâneo, que afeta a pele, e o sistêmico, que afeta também órgãos internos. Esse é o caso de Sel.

Ainda sabe-se pouco sobre o Lúpus, mas o doutor Clay conta que existem algumas formas de prevenção caso você seja como a Lady Gaga e já tenha o diagnóstico, como controlar a exposição ao sol para evitar que as machas na pele aumentem, diminuir o sal da dieta e evitar o sedentarismo. Tomar anticoncepcional, fumar e ter pressão alta também são coisas que complicam a situação do paciente. Pele, rins, coração, pulmão e cérebro são os órgãos mais afetados, assim como as articulações. É por isso que pessoas com Lúpus podem sentir dores intensas – parecidas com as causadas pela Fibromialgia, síndrome que também acomete a Lady Gaga.

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O tratamento do LES varia de pessoa para pessoa e, apesar de o acompanhamento ser para a vida toda, nem sempre o paciente precisa tomar medicação 100% do tempo. “Nas fases ativas da doença, pode-se precisar de uma ou mais medicações que controlam a inflamação e seus efeitos. Na fase não-ativa, pode-se não precisar de nenhum remédio”, afirma o neuropediatra, que explica que o Lúpus não é letal, mas leva a complicações que podem levam à morte, como por insuficiência renal.

O LES é apelidado de “doença da borboleta”, por deixar uma mancha avermelhada no formato da asa do animal na região central do rosto do paciente. Reprodução/Reprodução

Selena Gomez precisou de transplante porque estava apresentando complicações gravíssimas nos rins, o que nos leva a crer que o estágio da doença da cantora seja avançado. Mas isso não significa necessariamente que ela não possa se estabilizar e/ou tornar-se menos agressiva com o tempo. “O transplante renal somente se torna necessário quando o LES leva à insuficiência renal. Ou seja, quando o estado não-controlado da doença lesiona seriamente os rins“, conta o doutor Clay. Há quem diga que situações de estresse podem fazer com que o Lúpus, que estava até então quietinho, volte a demonstrar sintomas. Tensões na vida pessoal, turnês, agenda lotadas, paparazzi… Em 2015, a cantora chegou inclusive a fazer sessões de quimioterapia, tratamento indicado para casos mais graves da doença. “Eu poderia ter tido um AVC”, desabafou na época em entrevista à revista Billboard

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Mais presente em pessoas do sexo feminino entre 20 e 45 anos, estima-se que, no Brasil, uma a cada 1.700 mulheres tenha a doença autoimune, sendo que o tipo cutâneo é o mais comum. “Na adolescência, os cuidados com a saúde são mais precários e o jovem acaba se expondo a fatores que pioram a manifestação do LES, como uso de anticoncepcionais com estrogênio, cigarro e álcool”, explica o neuropediatra Clay Brites. Febre, perda de apetite e fraqueza são alguns dos sintomas mais genéricos. O paciente também pode apresentar sintomas mais específicos, como manchas na pele, dor nas juntas, pressão alta e sintomas renais.

Há dezenas de instituições não-governamentais que fazem trabalhos lindos de prevenção ao Lúpus e pesquisa. A Sel ajuda a Lupus Research Alliance, mas você pode se envolver em alguma causa mais próxima a você. Um por todos e todos contra o Lúpus!

 

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