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Como podcasts ‘ombro amigo’ têm acolhido e fortalecido jovens adultas

De forma intimista, os podcasts tratam questões emocionais e criam uma rede de apoio especial entre a galera

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 15h38 - Publicado em 2 jul 2024, 19h30
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nquanto podcasts de entrevista, como PodPah e PodDelas, vem passando por um momento cheio de críticas, programas mais intimistas que discutem questões emocionais e trazem acolhimento ganham cada vez mais espaço no cotidiano (e nos corações) das jovens adultas.

“Essa temática de autocuidado, feliz e infelizmente, está muito conectada com a mulher, que vive sobrecarregada e busca apoio com outras mulheres”, observa Camila Justo, Head de podcasts no Spotify no Brasil.

Ela destaca, em entrevista à CAPRICHO durante o evento do Spotify, que esse formato “ombro amigo”, em que rola uma conversa íntima entre a criadora e sua audiência, explodiu primeiro na gringa, com podcasts como da Emma Chamberlain, mas o gênero foi adotado rapidamente pelas brasileiras. “Ao contar suas experiências, dividir questões que lhe afligem, as podcasters criam uma relação de confiança e de amizade com seu público”, diz a Head de podcasts. 

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Além disso, Camila ressalta que o engajamento super alto se dá também pelo fato de que, diferente de qualquer outra plataforma, o podcast tem um consumo intencional – ou seja, você não está recebendo esse conteúdo de forma passiva, você vai atrás dele. “No caso do formato de ‘ombro amigo’, muitas vezes, a apresentadora está falando sozinha dentro da casa dela, do quarto, e a ouvinte está recebendo a mensagem no mesmo lugar, no seu cantinho também”, diz. 

Com o  podcast ‘Fiz o que pude’, a produtora de conteúdo Ellora Haonne (que já foi até da Galera Capricho também, tá?), por exemplo, tem como lema “ser o inimigo número um da autocobrança e autocrítica, e o melhor amigo da autorresponsabilidade sem ficar se martirizando”. Mais do que a relação entre host e o público, Ellora destaca a criação de uma rede de apoio a partir do conteúdo produzido e consumido pelas pessoas.

“Para mim, uma das principais questões é o repertório emocional que pode ser adquirido nesse processo. Quando escutamos um podcast, acompanhamos situações de outras pessoas e nos identificamos: ‘Isso que ela está sentindo é frustração e talvez eu esteja sentindo também'”, afirma. “Eu, como fã de vários outros podcasts, isso também me impacta e reverbera na minha rede de apoio”, completa.

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Yasmim e Açucena Barroso, do podcast “Errando em público”, compartilham da mesma sensação. As irmãs usam do formato para falar sobre desenvolvimento pessoal, produtividade, saúde mental e “mais uma penca de aleatoriedade sobre todo tipo de coisa”. Mas o objetivo das duas é, em resumo, é refletir sobre “como ser feliz dentro da sua rotina real”. 

“Essa troca por meio do podcast também traz uma validação e eu acho que isso é muito importante. Se sentir validado é fundamental em uma rede de apoio”, diz Açucena. Yasmin completa sobre a responsabilidade de abrir esse diálogo e tocar em “pontos muito emocionais”. “É importante entender que tem um limite onde a gente pode chegar e o que a gente pode fazer como criadora de conteúdo”, diz. 

“Também é importante encaminhar essas pessoas para os lugares certos. No nosso caso, por exemplo, desenvolvemos um projeto de saúde mental, com psicólogos parceiros e que estão dispostas para fazer atendimento em valores sociais. Assim conseguimos dar uma profundidade maior para o tema que discutimos e também conseguir cuidar um pouco mais das feridas que cutucamos com o nosso conteúdo”, finaliza Yasmin.

E aí, qual é o seu podcast ‘ombro amigo’ preferido?

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