Já passou da hora de você desintoxicar esse seu feed do Instagram

Seguindo esses quatro passos, não tem como se enganar com influenciadores do desserviço. Sua saúde mental é que merece estar em alta!

Por Isabella Otto 2 Maio 2021, 10h05

Você sabia que as redes sociais são uma das ameaças modernas que ativam a metade do nosso cérebro responsável pelo sistema do medo? É ele que nos faz pensar duas vezes antes de cometer um ato precipitado ou então desistir na fila da montanha-russa. Mas esse sistema, quando ativado frequentemente e a níveis muito intensos, faz com que a gente viva em um constante estado de alerta, com o estresse nas alturas, a ansiedade te impedindo de dormir e até o desânimo invadindo sua vida. E com o celular sempre em mãos, a internet sempre à disposição, as notificações ativadas e as redes sociais configurando um vício, não há saúde mental que resista. É exatamente por isso que já passou da hora de você desintoxicar o feed do seu Instagram – e a gente te ajuda a fazer isso!

Imagem com a frase
Getty Images (apagafonova/ djvstock/ Ponomariova_Maria)/CAPRICHO

Comece identificando contas potencialmente perigosas

1. Os coaches do desserviço
As redes sociais são locais incríveis de aprendizado e troca de informações, mas muita gente usa o ambiente online de maneira irresponsável, seja para surfar na onda de alguma causa importante, seja compartilhando desserviços que acabam se mostrando gatilhos perigosíssimos para algumas pessoas. Por isso, além de analisar os tipos de conteúdo que o perfil produz, entenda também a maneira como ele expõe esses conteúdos, se ele tem conhecimento e licença para executar tais tarefas, e se fala com seus milhões de seguidores com responsabilidade, respeito e honestidade.

2. Os hipócritas das redes sociais
Esses são fáceis de serem identificados, pois, na maioria das vezes, precisam que panos sejam passados para que a cultura do descancelamento alivie sua barra. Isso porque, constantemente, eles se contradizem online. Usando um exemplo prático e atual: quantos influenciadores você conhece que não respeitaram um dia sequer de quarentena e continuam sendo exaltados por pessoas que, no dia a dia, apontam dedos para familiares e amigos que estão saindo de casa sem necessidade? Essa hipocrisia tem via de mão dupla. Será que você, às vezes até sem perceber, não está defendendo alguém que faz aquilo que você não gostaria que fizesse? Vale a reflexão.

 

3. Os influenciadores que estimulam o consumo irresponsável e se camuflam de good vibes
Hoje, a discussão sobre sustentabilidade, moda e consumo consciente tem alcançado novos degraus graças às redes sociais. Só que, ao mesmo tempo em que muitos influenciadores pregam esse estilo de vida menos nocivo ao meio ambiente em frente às câmeras, eles são amantes fervorosos do capitalismo no dia a dia. Isso não seria um problema, até porque cada um é responsável por seus atos e usa as informações disponíveis sobre o assunto como deseja, mas se passar por alguém que não é no ambiente virtual apenas com a finalidade da autopromoção é desonesto demais – até porque normalmente os seguidores só têm acesso àquela versão da pessoa. Uma dica é ficar atenta aos conteúdos patrocinados pelo @ e às atitudes por ele tomadas. Por exemplo: numa hora está falando de consumo consciente e na outra fazendo publi para grandes marcas ou então prega o deboísmo, especialmente em época de pandemia, mas está praticando esse deboísmo enquanto viaja e posta fotos e Stories sem o mínimo de empatia pelo contexto atual.

4. Os desinfluenciadores que se disfarçam de influenciadores
É até mais honesto quando a pessoa já coloca na bio que é “desinfluencer” – mesmo que seja só pelo hype da expressão -, porque aí não tem desculpa. Agora, será que você não anda dando moral para criadores cujo único conteúdo criado é o desserviço virtual? O Instagram é um mundo de possibilidades, e você não precisa seguir pessoas só porque elas já são seguidas por milhões ou milhares. Crie a sua rede de inspiração, use a plataforma a seu favor e tenha controle sobre as redes (não o contrário).

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5. Pessoas que te colocam para baixo
Esses perfis podem nem desconfiar que estão te fazendo mal de alguma forma, então a saída é você perceber como as contas que você segue te influenciam e te impactam de maneira positiva ou negativa. Cada pessoa tem uma vivência e é natural que a vivência do outro não seja igual ou parecida com a sua. A questão é: se você sabe disso, por que ainda segue esse @ em questão? Por que você quer? Justo. E será que esse querer anda te trazendo mais bônus do que ônus? Bora refletir!

6. Perfis que fazem você se perguntar: “Por que eu ainda sigo esse @?”
Essa é a perguntinha que você mais deve se fazer e, quando e se você chegar a uma conclusão, tente entender se ela vale mesmo a sua saúde mental.

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Entenda seu propósito nas redes sociais

Você existe nas redes por um motivo, nem que seja para rir dos memes. Há quem exista para se alienar completamente do mundo real, os que trabalham com a internet, os que querem dividir o tempo entre ver aleatoriedades e se informar. O processo de desintoxicar o feed do Instagram também é sobre customizar a plataforma para que ela se torne mais a sua cara, sugerindo assim contas e conteúdos que tenham a ver com você e com o seu propósito. Embora sair da bolha seja importante, cuidar da sua saúde mental é uma prioridade – ainda mais quando sair da bolha significa se deparar com um mundo onde pessoas confundem coisas básicas em pleno século XXI, como perpetuar preconceitos e machismos justificando-os com o direito de liberdade de expressão.

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Desative as notificações do seu aparelho

Classificada como uma das ameaças modernas pela neurociência, o uso exagerado das redes sociais aumenta nossa ansiedade, que acaba desencadeando na gente a nomofobia, que é um termo usado pela psicologia para definir o medo intenso de ficar sem se conectar. Sabe aquela sensação de estar perdendo algo ou de sentir que não está fazendo parte de um todo?

Ilustração de uma mulher com cabelo platinado saindo da tela do celular. À direita, temos uma placa de
Nadia Bormotova/Getty Images

De acordo com um estudo recente publicado no Canadian Journal of Psychiatry, realizado com jovens entre 12 e 16 anos, quanto mais tempo os adolescentes passam conectados e ativos nas redes sociais, mais quadros de ansiedade são relatados. Os que passam menos tempo online são os que relatam menos sintomas de ansiedade.

O imediatismo das redes é preocupante, e olhar para a tela do celular e ver um monte de notificações mandadas por aplicativos diferentes pode causar, além de desconforto, uma necessidade quase que brutal de você limpar aquela tela, respondendo às mensagens recebidas e apagando os informativos. Ao desativar as notificações do aparelho, mesmo que não de todos os Apps, caso trabalhe com eles, você dá um tempo para o seu sistema do medo e alivia os níveis de estresse e ansiedade do organismo.

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Aprecie a quietude

Quantas vezes você não pegou o celular só para passar o tempo ou para procrastinar um pouco, e depois de um tempão reparou que estava dando scroll em um feed que não fazia mais sentido? Daí você se questiona como foi parar ali ou o que está fazendo com a sua vida, e deixa o celular de lado para pegá-lo imediatamente durante um novo período de tédio.

Aliar a desintoxicação das redes a um detox tecnológico é algo necessário, ainda mais em tempo em que somos bombardeados com notícias e informações novas a cada minuto. Não, você não vai estar perdendo nada se ficar off-line por umas horas. Muito pelo contrário! Saber apreciar os momentos de quietude e fazer nada é parte essencial da vida humana. Até por que você também já ouviu falar em ócio criativo, né? Existir e apenas existir. Então, da próxima vez que tentar ocupar um momento de ociosidade com o celular, ou com as redes sociais, tente perceber se não há outra coisa que você possa fazer – nem que essa coisa seja, olha que maravilha, fazer absolutamente nada por um tempinho!

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