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“Medo de estar perdendo algo”: como evitar o FOMO neste Carnaval?

Dicas para driblar aquela sensação de "não pertencimento", seja porque não gosta da folia, porque não pode ir a blocos ou porque prefere fugir para o campo

Por Bruna Nunes Atualizado em 29 out 2024, 18h57 - Publicado em 17 fev 2023, 10h53

No Brasil, estamos acostumados a dizer que o ano só começa depois do Carnaval. E realmente tem gente que espera muito pela data – mas nem todo brasileiro gosta da folia, viu? Se você troca facilmente os bloquinhos de rua pela calmaria em meio à natureza ou pelo seu sofá, pode respirar aliviado, pois isso não é anormal ou estranho. Nesta época do ano, que é muito festiva e toma conta das redes sociais – com pessoas sorrindo e socializando no feed -, o famoso FOMO pode atacar.

Antes de mais nada, é preciso entender o que significa a síndrome. Em inglês, FOMO é a abreviação da expressão fear of missing out”, que, traduzida para o português, significa “medo de ficar de fora”. Sabe quando tem um rolê que geral vai e você não, e você se sente muito mal por estar de fora? Essa situação gera ansiedade e pavor em quem está “perdendo” o momento.

Imagem de uma menina sentindo FOMO ao ficar grudada no celular e de outra sentindo JOMO, ao ler um livro
Que tal transformar o FOMO em JOMO (“joy of misssing somenthing” ou “alegria de perder algo”)? Jcomp/Getty Images

Em datas comemorativas, essa sensação pode ser ainda pior. No Carnaval, por exemplo, uma festividade clássica do povo brasileiro, muita gente vai para as ruas comemorar. Daí pode acontecer duas coisas: ou você não gosta do clima do feriado e se sente de fora por isso ou prefere curtir a folia de outra maneira, mesmo não tendo nada contra o Carnaval em si, mas também acaba se sentindo de fora. Geralmente, esses cenários acontecem por causa da armadilha da comparação gerada pelas centenas de fotos e vídeos postados na internet

O psicólogo Leone Nunes, que aborda a Terapia Cognitivo Comportamental, explicou para a CAPRICHO que as redes sociais podem piorar o quadro. “Às vezes, você vê uma foto no feed e pensa: ‘Nossa, olha como fulana se divertiu no bloco e eu aqui em casa’; e é preciso lembrar que as pessoas postam os momentos felizes, mas você nem ao menos sabe como foi lá ou se gostaria de estar naquele lugar.” 

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Esse vídeo que a criadora de conteúdo Ciça Campos postou retrata bem isso:

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por Ciça Campos (@cica.campos)

Leone convida a galera a se questionar: “Eu realmente gostaria de estar nesse lugar ou ele só pareceu divertido por causa da postagem?”. O psicológo também diz que é valido parar de pensar que você precisa curtir o Carnaval, como se isso fosse uma obrigação. Que tal se perguntar: “Eu quero curtir o Carnaval?”. Reflita sobre o que é divertido para você. “O que faria você sentir que aproveitou verdadeiramente um feriado qualquer, não somente o Carnaval?”, pergunta o especialista.  

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Em alguns casos, a pessoa até gostaria de ir a blocos e festas, mas não pode: porque os pais não deixam, porque está trabalhando ou por qualquer outra razão. Saiba que opções diferentes podem te proporcionar ótimos momentos e que a sua diversão não precisa ser necessariamente a mesma de geral. “Busque ficar perto de lugares e pessoas que se assemelhem aos seus interesses. Isso vai diminuir o sentimento de exclusão e te ajudará a perceber que o que você gosta também é divertido”, aconselha Leone Nunes.

Sugestões para quem não curte a folia

Vale lembrar que, tecnicamente, o Carnaval é um feriadão como qualquer outro. O que muda é que tem mais gente festejando nas ruas, até pela carga histórica e cultural da festa. Tendo isso em mente, pense o que você gostaria de fazer em um feriado prolongado. Se a resposta for tudo, menos estar no meio da muvuca, separamos alguns blocos interessantes para você:

Conhece uma galera que também não quer agito? Reúne todo mundo e aproveita pra fazer alguma viagem, mesmo que para um local próximo. Algumas opções podem ser bem interessantes pra quem busca paz no meio de tanto glitter, festa, música, bagunça e beijo na boca.

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duas mulheres andando na floresta

Essa opção é clássica e certeira! Faça uma pipoca ou peça seu delivery favorito e maratone uma série ou separe alguns filmes para ver. Ah! Rola aproveitar também o feriado para ir ao cinema – que tal ver algum filme do Oscar? – ou ao teatro. 

Que tal colocar em prática o ditado “o ano só começa depois do Carnaval” e promover aquela faxina em casa e/ou no quarto, escrever metas para o ano novo, participar de algum retiro de meditação, reorganizar a vida, e por aí vai?!

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Procure receitas na internet ou naquele caderninho antigo da sua avó e aventure-se na cozinha! Se der tudo errado, valeu a tentativa – e ninguém vai te julgar se você apelar pro delivery, tá? (risos nervosos)

gif lara jean cozinhando
Netflix/Reprodução

Para quem curte o Carnaval, só não gosta de muvuca

Como tem gente que gosta da data, mas não quer ir para bloquinhos e etc, também temos algumas dicas: 

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Ver os desfiles e anotar tudo como se fosse um jurado pode ser bem divertido – e acompanhar depois as apurações pode ser ainda mais emocionante! Além disso, as apresentações são a parte mais pura da cultura carnavalesca e são bem importantes para o nosso país!

Quer comemorar o Carnaval, mas não curte as grandes festas? Decore a sua casa, chame os amigos mais chegados, faça um churras e se arrume com direito a look de foliã. 

Dê atenção máxima à sua ansiedade 

Vale lembrar que essas são alternativas pensadas para você aliviar o FOMO e transformá-lo em JOMO (“alegria de perder algo”), mas o psicólogo Leone Nunes reforça que o acompanhamento com um especialista é indispensável se episódios da síndrome ficarem mais frequentes, principalmente para quem não vai porque “não pode”, tá bom?

Seja em casa, naquela praia isolada ou no meio da multidão, bom Carnaval!

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