O que é ‘erotomania’, o termo que ficou popular por Bebê Rena, da Netflix

Essa síndrome é capaz de levar a pessoa a uma espécie de "delírio romântico" nada saudável. A gente te explica.

Por Mavi Faria Atualizado em 29 out 2024, 15h49 - Publicado em 13 Maio 2024, 16h16
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uem nunca se apaixonou por seu ídolo e desejou uma fanfic para vocês ficarem juntos? Este processo é normal e todos passamos por ele, mas, quando este desejo continua aumentando ao longo dos anos e começa a se transformar em um delírio romântico, onde a pessoa acredita que a outra pessoa também a ama de volta, começa a ser um problema.

Essa condição, onde o desejo é transformado em um delírio romântico, intenso e prolongado, é também chamado de Erotomia, ou Síndrome de Clérambault, condição que a personagem Martha (Jessica Gunning), da série ‘Bebê Rena’, da Netflix, parece ter, segundo afirma a psicanalista da UNEB (Universidade da Bahia), Andréa Ladislau.

Na série, após o comediante iniciante Donny (Richard Gadd) alegrar Martha em um momento em que ela estava triste, a mulher começa a stalkear o rapaz nas ruas e no mundo digital, onde envia cerca de 80 e-mail a ele por dia. Ela também volta ao bar onde Donny trabalha todas as noites e começa a nutrir o sentimento de que ele a ama. Segundo a psicanalista, a personagem apresenta algumas manifestações que condizem com a síndrome rara por Martha possuir o delírio romântico da reciprocidade.

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Mas, CAPRICHO, o que é erotomia?

Erotomia ou Síndrome de Clérambault é uma síndrome psicopatológica rara caracterizada por um delírio romântico em que, segundo a psicanalista Andréa, a pessoa com a síndrome tem certeza absoluta de que o outro — um famoso, uma celebridade ou de uma classe social elevada em relação a dela — ama ela e a deseja tanto quanto ela o deseja.

“Dentro do desejo delirante, a pessoa que sofre com Erotomania apresenta aspectos de delírio romântico intenso em relação ao outro,”, explica a especialista.

Quando adoecido, o ‘erotomaníaco’, como chama as pessoas com a síndrome, acredita que o ídolo ou a pessoa que ela deseja está dando sinais de que também a ame — mesmo que elas não se conheçam.

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O senso crítico do limite é perdido na doença e, por isso, a vida da pessoa adoecida é muito impactada e a obsessão como a demonstrada por Martha domina sua rotina.

Além disso, Andréa explica que é uma síndrome rara e multifatorial, relacionada a “questões genéticas” como traumas, abusos na infância, esquizofrenia, negligência na infância ou doenças psiquiátricas, e se agrava com o tempo devido a algum tipo de estresse psicológico grave, extremo e intenso, sofrido pelo indivíduo”.

Mesmo assim, a psicanalista lembra que os pensamentos de delírio romântico podem afetar qualquer pessoa e um dos primeiros sinais de que a pessoa está adoecendo é a idolatria excessiva.

E você, já assistiu ‘Bebê Rena’?

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